sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Conversas d'Ouvido com Max Gazzè

Hoje é com prazer que viajamos até à belíssima Itália, para entrevistarmos o reconhecido cantor e compositor Max Gazzè. Com mais de 25 anos de carreira, a paixão pela música nasceu bem cedo, começou a tocar fortepiano aos 6 anos e aos 14 dedicou-se ao baixo. A sua vida já passou por Itália, França, Inglaterra, Bélgica e deixou-se influenciar por todos esses lugares. Gosta de descrever a sua música como "um quadro de várias cores, mas com um único equilíbrio". Hoje o músico sobe ao palco do Lisboa ao Vivo, celebrando o 20.º aniversário do disco "La Favola di Adamo ed Eva", mas antes passa pelo Ouvido Alternativo, para mais um lançamento das "Conversas d'Ouvido"...


Ouvido Alternativo: Recuando no tempo como surgiu a paixão pela música?
O som sempre me fascinou desde pequeno, comecei a estudar pianoforte com seis anos e me dedico ao baixo desde os 14, mas de maneira mais “séria” comecei a tocar quando vivi em Bruxelas. Depois mudei-me para Londres e ali toquei com diversos grupos, como baixista, arranjador e co-autor do 4 Play 4, grupo inglês de Northem Soul de excursões pioneiras no Acid Jazz. Quando nos mudamos para o sul de França trabalhei também como o produtor artístico de outros grupos.

Quais as tuas maiores influências musicais?
Desde sempre o rock, o punk e o mundo do progressivo, a minha paixão por sintetizadores vem daí. Desde de miúdo escutava Pink Floyd e Genesis, mas quando vivia em Bruxelas devorava também o Guccini e o De Andrè. A música sinfónica também me é sempre agradável. Depois, no meu período londrino ocorreu a explosão do ska.

Como gostas de descrever o teu estilo musical?
Pictórico: como um quadro de várias cores, mas com um único equilíbrio. Gosto de pensar num arranjo como se fosse um pintor que cria um quadro. É-me estimulante fazer das coisas que não são relacionadas uma estrutura da canção pop clássica, a conhecida “forma canção”. No fim é como criar uma obra de arte única.
Esta digressão celebra o 20.º aniversário do álbum La Favola di Adamo ed Eva”, o que podemos esperar desta passagem por Portugal? 
Divertimento. Queria “celebrar” este aniversário junto à minha banda histórica, todos os membros são também amigos, cada noite é como estar numa festa.

Para além da música, tens mais alguma grande paixão?
Ultimamente estou apaixonado por mergulho subaquático, mas também jogo ténis e gosto da Formula 1. Porém o que me atrai não é a velocidade, mas perceber a pista, a distância, o ponto de travagem, o quadro, o deslocamento do ar.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
O mesmo. Estar sempre em tour, viajar sempre. A cruz e a delícia deste trabalho.

Qual a tua mais recente descoberta musical?
Tenho a mente aberta e procuro ouvir tudo o que há para perceber em que direção a música está a caminhar. É um momento de grande mudança. Os meus filhos adolescentes, por exemplo, me fizeram descobrir o trap.

Projectos para o futuro?
Vários concertos. Eu gostava de retomar os vários projectos os quais me dediquei nestes anos e trazê-los de volta ao palco em conjunto há muitas novidades.

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.
Max Gazzè actua esta noite no Lisboa ao Vivo, os bilhetes continuam à venda, custam €22 e podem ser adquiridos aqui.
Terminamos precisamente, recuando no tempo e apresentando o icónico disco "La Favola di Adamo ed Eva"

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