terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Conversas d'Ouvido com Victor Cronos

Entrevista com o multi-facetado músico brasileiro Victor Cronos. Natural de Natal e radicado em São Paulo, Cronos é muito mais do que música, é estética, é arte, é moda. Uma sonoridade indie pop, um toque rℰb, com relevos alternativos e forte carga visual. Recentemente editou o seu debut, "OZ", que serviu de inspiração para as linhas que se seguem, numa conversa descontraída, onde o foco principal é a Música...

Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música? 
Victor Cronos: Não sei ao certo. Quando eu era criança, eu ouvia sem parar uma coletânea do Raul Seixas que o meu pai tinha. Com o tempo, comecei a escrever poesia e queria colocar melodia nas letras. Acabei aprendendo a tocar violão e o resto é história.

Editaste recentemente o debut “OZ”, para quem ainda não ouviu o que podemos esperar? 
"Oz" é um convite para me conhecer e revela um pouco de quem eu fui, de quem eu sou e de quem eu quero me tornar. Ele é muito pessoal, tem muito das minhas experiências. Musicalmente, é um álbum eclético, com uma pegada alternativa e diferente. As canções são influenciadas por vários estilos, mas acho que pop alternativo seria a melhor definição, com elementos de blues, rap e soul.
Victor Cronos - "Oz"
O álbum expõe algumas “feridas e inseguranças”, sem nos querermos desviar da música, queres partilhar connosco, ou é demasiado pessoal? 
Sim. A maioria das canções foi escrita na minha adolescência e retrata coisas típicas dessa idade como as descobertas, o primeiro amor e as primeiras decepções. Por exemplo, a faixa “Mini-saia” fala das descobertas sexuais de um adolescente à flor da pele.

A tua música reveste-se de forte carga visual e estética, para ti a música é muito mais que uma sonoridade? 
Não me vejo apenas como um músico. Sou um artista. Um artista que expressa seus sentimentos por diversos meios e a música é apenas um deles. Gosto muito de moda, é algo que me inspira. Eu pinto quadros. Escrevo poesia, roteiros e inclusive, estou escrevendo um livro, que ainda não consegui terminar.

Quais as tuas maiores influências musicais? 
O novo cenário da música alternativa inglesa é o que mais de atrai no momento. Tenho escutado artistas como Tom Misch, Zak Abel e Will Heard. Porém sou um bastante eclético, escuto muita musica clássica, rock e jazz, por exemplo.

Como gostas de descrever o teu estilo musical? 
É um som alternativo, bem diversificado e com uma cara particular. Está no limite entre o conceitual e o comercial. É música pop, mas com uma abordagem bem marcada por referências próprias.. 

Conheces alguma coisa da música portuguesa? 
Sim, recentemente um amigo me apresentou o Diogo Piçarra. Gostei muito do som dele. Além dele, sou apaixonado pela Banda Do Mar, que é luso-brasileira.

Para além da música, tens mais alguma grande paixão? 
Escrever. Tenho escrito bastante ultimamente.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico? 
A maior vantagem é poder trabalhar com aquilo que se ama, além de conhecer muita gente interessante e diferente, que te inspira e que te apresenta coisas novas. A desvantagem é que é um trabalho quase artesanal, que exige paciência e cuidado, porque está associado com a sua identidade, sua verdade, além de ser a essência da sua arte.

Como preferes ouvir música? Cd, vinil, k-7, streaming, leitor mp3? 
Streaming, sem dúvidas, facilita a vida. Segundo o Spotify, passei mais de 66 mil horas no aplicativo. Mas eu também curto muito vinil.

Qual o disco da tua vida? 
"Transa", do Caetano Veloso.

Qual o último disco que te deixou maravilhado? 
"Lioness", da Amy Winehouse.
Qual a tua mais recente descoberta musical? 
Um cantor canadense, que se chama Daniel Caesar. O estilo dele é um RℰB contemporâneo.

Qual a situação mais embaraçosa que já te aconteceu num concerto? 
Eu chutei sem querer um copo de bebida, que estava apoiado no palco, em direção à plateia. Sorte que ninguém percebeu ou pelo menos, fingiu que não percebeu.

Com que músico/banda gostarias de efectuar um dueto/parceria? 
Caetano Valoso. Acho que eu nem conseguiria dormir de alegria depois.

Em que palco (nacional ou internacional) gostarias um dia de actuar?
No halftime do Super Bowl.

Qual o melhor concerto a que já assististe? 
Paolo Nutini, em São Paulo.

Que artista ou banda gostavas de ver ao vivo e ainda não tiveste oportunidade?
Eu sonhava em ver a Amy Winehouse. Pedi muito à minha mãe e hoje, infelizmente, não é mais possível. Amy era uma artista única e uma das grandes paixões da minha vida.

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostarias de ter estado presente?
Queen no Live-Aid.

Tens algum guilty pleasure musical? 
It's Britney, bitch!

Projectos para o futuro? 
Acabei de lançar "Oz" e estou curtindo o resultado desse trabalho. Quero me dedicar a ele e à turnê que eu pretendo fazer no Brasil. Com toda a certeza, ficaria muito feliz se recebesse convites para me apresentar em Portugal.

Que pergunta gostarias que te fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta?
Aonde você quer chegar? A resposta eu só vou dar quando me fizerem essa pergunta. (risos)

Que música de outro artista, gostarias que tivesse sido composta por ti? 
"Como nossos pais", da Elis Regina.

Que música gostarias que tocasse no teu funeral? 
"O que é, o que é?", do Gonzaguinha.

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.
Eu que agradeço a entrevista! Adorei as perguntas! Foi muito divertido respondê-las. Um grande abraço e espero conhecê-los em breve.

Antes de terminarmos, apresentamos o álbum "OZ", que se encontra disponível para escuta nas principais plataformas de streaming.

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