segunda-feira, 11 de março de 2019

Conversas d'Ouvido com Alan James

Entrevista com o músico brasileiro Alan James, cantor, compositor e multi-instrumentista proveniente do Rio de Janeiro. Após outros projectos, aventurou-se a solo, com o disco de estreia "Despertar", editado no ano passado. Entre as maiores influências encontramos os nomes The Beach Boys, Clube da Esquina e The Rolling Stones. Nas linhas que se seguem podem ficar a conhecer ainda melhor Alan James...

Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Alan James: Desde a mais tenra idade gostava de mexer no som de casa e nos LPs dos meus pais.
Com 3 ou 4 anos ouvi Roberto Carlos pela primeira vez, cantava suas músicas na hora de dormir e foi ele quem me fez despertar pra música.
Quando ouvi os Beatles aos 6 anos, tudo mudou e minha vida começou de fato a girar em torno da música a partir daí, pois comecei a fazer aula de teclado aos 7, guitarra e bateria aos 12 e a partir daí não parei mais.

Depois de outros projectos, como surgiu a vontade de te aventurares a solo?
R: Desde que comecei a compor eu queria fazer um disco solo. Tinha feito uma tentativa há mais de 10 anos, mas não lancei o disco na época.
Por fim, quando houve a separação (pessoal e artística) dos Geminianos, surgiu instantaneamente a vontade de seguir carreira solo e logo em seguida comecei a compor músicas novas que entraram no meu disco “Despertar”, além de ter resgatado algumas mais antigas. 
Alan James - "Despertar"
No ano passado editaste e produziste o álbum “Despertar”, para quem ainda não ouviu o que podemos esperar?
Um disco com muita influência dos anos 60 e 70 (que são a minha base musical), com influências de artistas variados como Beach Boys, Rolling Stones, Clube da Esquina, Guilherme Arantes, Carole King, entre outros; com letras autobiográficas que falam sobre o amor, sobre o sentimento de superar os males e recomeçar tudo mesmo que esteja vivendo o pior momento da sua vida. Um álbum com muita verdade, que embora seja a partir das minhas próprias experiências, espero que as pessoas se identifiquem com uma ou mais canções.

A produção é um prazer ou uma necessidade?
As duas coisas. É um prazer porque é o que mais gosto na música, além da composição. E produzir pra mim também é uma necessidade, pois é quando posso imprimir minha identidade musical e aí tenho que me esforçar ao máximo para que o som fique com a minha cara e se possível ter a minha marca.

Quais as tuas maiores influências musicais?
Beach Boys (e as carreiras solo de Dennis Wilson e Brian Wilson), Emitt Rhodes, Paul McCartney, Carole King, Roberto Carlos, Clube da Esquina, Guilherme Arantes, Ivan Lins e Arnaldo Baptista.

Para além da música, tens mais alguma grande paixão?
Sem dúvida a leitura! Leio sempre e leio muito. Estou sempre lendo um livro atrás do outro, ou artigos na internet (em especial o Wikipedia, fóruns gringos e sites de música).

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
A vantagem é poder se expressar e conseguir mostrar às pessoas coisas que talvez não imaginassem sobre você, ou mesmo fazê-las ver quem é você realmente em especial ao mostrar suas próprias músicas em público, com sorte fazendo com que elas se emocionem.
A desvantagem é quando você ainda encara o preconceito da sociedade com a classe artística e nela estão os músicos (quem nunca ouviu a clássica pergunta: ah, mas você trabalha com o quê?). Hoje vejo muita gente por aí falando com muita propriedade e com ar superior sobre como vai ser bom “acabar com a lei Rouanet” (que tem sido deturpada por aí). Certamente são essas pessoas que pensam que músico é vagabundo, mas gostaria de que elas experimentassem uma realidade paralela sem música e sem arte. 

Como preferes ouvir música? Cd, vinil, k-7, streaming, leitor mp3?
CD e streaming. Ocasionalmente vinil e recentemente voltei a ouvir algo em fita cassete. 

Qual o disco da tua vida?
"Pacific Ocean Blue", de Dennis Wilson.

Qual o último disco que te deixou maravilhado?
"How Will I Know If I’m Awake", de Brent Cash.

Qual a tua mais recente descoberta musical?
A cantora Xana Gallo, que lançou recentemente um EP maravilhoso chamado "Roda, Rodou".

Qual a situação mais embaraçosa que já te aconteceu num concerto?
O dia em que fiquei rindo descontroladamente de uma piada que me contaram momentos antes de entrar no palco e que me fez rir metade do show, mal conseguindo me conter! Vieram me perguntar depois se eu fumava maconha por acharem que estava rindo muito por estar sob o efeito dela (risos). 
Com que músico/banda gostarias de efectuar um dueto/parceria?
Daniel Villares, Luiz Lopez, The Outs, Mário Vitor e Lô Borges.

Em que palco (nacional ou internacional) gostarias um dia de actuar?
Nacional – Circo Voador ou qualquer palco do Rock In Rio.
Internacional – Troubadour (Los Angeles).

Qual o melhor concerto a que já assististe?
Brian Wilson – "Pet Sounds" (Santa Barbara – USA/2017), Beach Boys – 50 Years (North Carolina – USA/2012), Beach Boys Band (São Paulo/2009) e Brian Wilson – Greatest Hits (São Paulo/2004). 

Que artista ou banda gostavas de ver ao vivo e ainda não tiveste oportunidade?
Gostaria de ter visto os The Monkees. Agora ainda gostaria de ver os 2 remanscentes Mike Nesmith e Micky Dolenz, juntos ou separados.

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostarias de ter estado presente?
Beach Boys – Carnegie Hall (1971).

Tens algum guilty pleasure musical?
Raça Negra e grupos de pagode dos anos 90! 

Projectos para o futuro?
Em primeiro lugar, continuar me firmando como artista solo.
Vou lançar agora o meu segundo clipe da carreira solo, da música “Bem Aqui”, que sem dúvida acho que é o meu clipe mais verdadeiro.
Pretendo tocar sempre que possível as músicas do “Despertar” onde quer que me deem um espaço, seja onde for, seja sozinho, em duo/trio com formato acústico ou com banda. Fazer pelo menos mais um clipe de uma música do disco e fazendo máximo de ações possíveis pra divulgar esse meu primeiro trabalho. 
Produzir, participar e colaborar com outros artistas com os quais me identifique em seus discos ou fazer projetos paralelos com eles. Devo fazer a produção do disco de um grande irmão muito talentoso, Danilo Fiani (que tocou guitarra e fez backings no meu disco) e estou pra começar um projeto paralelo que se tudo der certo em breve revelo mais sobre ele!
E no momento já estou compondo meu segundo disco (já com algumas músicas prontas), que será minha prioridade para 2020 e 2021. 

Que pergunta gostarias que te fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta?
A pergunta seria: Você compõe a partir da experiência pessoal, costuma criar histórias ou ambos?
Resposta: Sempre a partir da experiência pessoal. Prefiro falar sobre o que eu sei: o que vivo.
Admiro os compositores que conseguem fazer músicas criando histórias, mas prefiro falar sobre e dividir o que sinto, mesmo que uma música não tenha um endereço certo (nesse caso falando de alguém que não necessariamente existe, mas de sentimentos meus e que imagino que sentiria, algo que vai acontecer no próximo disco). 

Que música de outro artista, gostarias que tivesse sido composta por ti?
"Desenhos na Parede" (gravada e lançada por Roberto Carlos, autoria de Beto Ruschel / César das Mercês).

Que música gostarias que tocasse no teu funeral?
"Farewell My Friend" e "End Of The Show", ambas de Dennis Wilson.

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.
Para o fim deixamos o melhor e ficamos ao som do disco "Despertar", que se encontra disponível para escuta através do YouTube...

1 comentário:

  1. Boas e estimadas noites !!!! O disco também encontra-se em outras plataformas digitais também como o spotfy !!! Abraços em todos

    ResponderEliminar