terça-feira, 26 de março de 2019

Conversas d'Ouvido com Cigana

Entrevista com Cigana, banda paulista de indie rock, envolta num universo psicadélico. Quinteto composto por Victoria Groppo (voz, sintetizadores), Caique Redondano (voz, baixo, guitarra), Matheus Pinheiro (guitarra, baixo), Felipe Santos (bateria) e Pedro Baptistella (guitarra). Após dois EPs, preparam a edição do disco de estreia "Todos os Nós", com lançamento previsto para o próximo mês. Antecipando o debut, fomos conhecê-los melhor com as perguntas que se seguem...

Como surgiu a paixão pela música?
Victoria (V): A minha família sempre foi muito musical. Na minha casa sempre teve instrumentos, equipamentos de som, muitos cds e vinis. E eu sempre fui muito curiosa, mexia em tudo. Meus pais sempre apoiaram o meu contato com a música, nunca me impediram de fazer cursos, isso foi uma sorte e privilégio.

Como surgiu o nome Cigana?
V: O nome surgiu da ideia da banda não se prender a um estilo musical em si, de poder fazer o som que fosse mais atraente no momento para nós. A ideia é de poder transitar entre estilos diferentes sem peso na consciência.
Lua em Escorpião”, antecipa o vosso disco de estreia, já podem levantar o véu sobre o que podemos esperar?
V: Esse álbum representa um desfecho da nossa história até esse presente momento e uma porta que se abre para o futuro da banda. As músicas falam da nossa intimidade, das nossas questões pessoais. É um conjunto de sentimentos que tivemos no processo longo de compor as músicas presentes no álbum.

Quais as vossas maiores influências musicais?
V: Cada um na banda tem suas influências, e acredito que essa soma de coisas diferentes resulta no nosso som particular. A gente se influencia com muita coisa que não tem nada a ver uma com a outra, como: Chon, Mutantes, Nirvana e etc! É muita banda!

Como gostas de descrever o vosso estilo musical?
Matheus (M): Eu acho que fazemos um rock triste e um pouco bagunçado. Mas sempre chamam nosso som de “indie”, “psicodélico” ou “MPB” (Música Popular Brasileira).

Conhecem alguma coisa da música portuguesa?
M: Dois Brancos ℰ Um Preto - "Calhambeque" é um hit absoluto na banda (risos)! Conhecemos e gostamos também de The Black Mamba, Ornatos Violeta, The Gift.

Para além da música, têm mais alguma grande paixão?
M: Design. Fora os trabalhos da banda, eu, a Victoria e o Pedro trabalhamos nessa área.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
M: A maior vantagem: conhecer lugares e pessoas incríveis e fazer grandes amigos que jamais fariam parte das nossas vidas se não fosse pela banda. A desvantagem é a clássica história da vida de músico - ter que abrir mão de ganhar dinheiro, abrir mão dos finais de semana, do nosso descanso pra trabalhar com a banda. É muitas vezes cansativo (por que todos nós temos outros empregos/estudos além da banda), mas sempre vale a pena.
Como preferes ouvir música? Cd, vinil, k-7, streaming, leitor mp3?
Felipe (F): Streaming.

Qual o disco da tua vida?
F: São muitos mas vou destacar três. "Hybrid Theory" - Linkin Park, "In Utero" - Nirvana, "Secos e Molhados" - Secos e Molhados

Qual o último disco que te deixou maravilhado?
F: "Ladrão" – Djonga

Qual a tua mais recente descoberta musical?
F: Elephant Gym

Qual a situação mais embaraçosa que já vos aconteceu num concerto?
Caique (C): Antes de começar um show em um bar aqui da cidade de Limeira, estávamos todos prontos no "palco" (que era no chão mesmo) e o Matheus resolveu usar o microfone pra chamar um amigo nosso que estava do lado de fora do bar. Ele estava com sua guitarra já e pegou o microfone. Nisso, fechou uma corrente elétrica, porque o bar não tinha aterramento. Matheus começou a levar choque, as mãos grudaram no microfone e ele caiu no chão, gritando muito (coincididamente com o microfone bem na boca dele, tornando o grito ensurdecedor). Demorou alguns segundos pra gente entender o que estava acontecendo. Aí então, eu chutei o pedestal que ele estava segurando para longe, e um outro amigo fez o mesmo com a guitarra, assim cessou o choque. Levamos um tempo para nos acalmar, mas o show rolou mesmo assim. Situação embaraçosa e eletrizante, eu diria!

Com que músico/banda gostariam de efectuar um dueto/parceria?
C: Drik Barbosa! Já dividimos o palco com ela aqui em Limeira e gostamos muito. Penso que seria uma parceria um tanto quanto inusitada, porém, seria muito louco!

Qual o melhor concerto a que já assistiram?
C: Essa é difícil de responder! Já vimos juntos muitos shows legais, de inúmeras bandas que encontramos pela estrada. Mas com certeza dois dos melhores shows que já vimos foi da Far From Alaska e Francisco, el Hombre.
Que artista ou banda gostavam de ver ao vivo e ainda não tiveram oportunidade?
C: Com certeza todos nós gostaríamos de ver The Raconteurs ao vivo... É uma banda que todos nós gostamos muito e temos bastante influência!

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostarias de ter estado presente?
Pedro (P): Pensando de forma internacional, Woodstock com certeza, não só os shows em si, mas o festival mudou o mundo, mudou a forma das pessoas encararem as outras. No Brasil um show do Belchior, a forma poética e libertadora com que ele descrevia as emoções e o cotidiano seria um presente pra se ver ao vivo.

Têm algum guilty pleasure musical?
P: Eu não queria dizer nada não, mas tem um integrante da banda que é fã de Hanson, inclusive foi no show. (risos)

Projectos para o futuro?
P: Acho que agora é focar no lançamento do álbum e em paralelo trabalhar nas próximas composições.

Que pergunta gostariam que vos fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta?
P: Essa foi uma ótima pergunta que nunca nos fizeram e que queríamos que tivessem feito.

Que música de outro artista, gostariam que tivesse sido composta por vocês?
P: Acho que o pessoal da banda diria “Consoler of the Lonely”, do The Raconteurs, mas eu queria ter composto “Contact”, do Daft Punk.

Que música gostarias que tocasse no teu funeral?
V: “Let it Be”, dos Beatles, com um coral e uma mini orquestra, por favor.

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.
Agora ficamos com a música dos Cigana e do single "Lua em Escorpião"...

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