segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Conversas d'Ouvido com Max Costa


Estivemos à conversa com Max Costa, músico brasileiro de blues/rock que conta com mais de duas décadas de carreira. Fez parte de diversas bandas, entre as quais Get Up, Dive-POA e Free Riders Blues Band, actualmente decidiu apostar numa carreira a solo e prepara-se para editar o seu debut, The Storyteller. 
Max Costa confessou-nos a sua admiração por nomes como Eric Clapton, Rolling Stones, Queen e BB King, revelou ainda que recentemente ficou rendido ao talento de Samantha Fish, contudo se quiserem conhecer melhor o músico não podem perder a mais recente edição das "Conversas d'Ouvido"...


Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?

Max Costa: Pela minha mãe, que era cantora em conjuntos musicais nos anos 60-70. Eu ouvia-a ensaiando e acabava aprendendo as músicas. Ficava a imaginar eu a cantar. Quando comecei a minha carreira, foi ela quem me deu as primeiras aulas de canto, treinando a minha respiração.

Com mais de duas décadas de carreira e passagens por diversas bandas, como surgiu a vontade de uma aventura a solo?
Fazer um disco a solo sempre esteve nos meus objetivos. Eu tinha histórias para contar e queria fazer isso de uma forma particular. Eu sempre me considerei um artista de banda, mas a carreira a solo sobressaiu muito, aumentando o meu comprometimento e a minha responsabilidade com a minha obra.

O que podemos esperar do disco “The Storyteller”?
Podem esperar muito! “The Storyteller”, como o próprio nome diz, traz histórias contadas a partir de relacionamentos entre pessoas. O álbum vem com vários blues, desde os mais tradicionais até aos modernos.
O bonus track do álbum é “Muddy Water”, single que estou a lançar agora, que foi feita em homenagem às vítimas desalojadas na tragédia da Barragem do Fundão, em Bento Rodrigues, em Minas Gerais. Metade dos royalties desta canção específica serão doados às famílias atingidas.

Para além da música, t que tocasse no vossomavamstiramens mais alguma grande paixão?
A minha esposa e personal manager Cristiane e nossos filhos Nicolas, Isaque, Morgana e Luis Fernando.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
A vantagem é o prazer de fazer o que se ama 24 horas por dia. Eu sou um homem feliz por causa disso.
A desvantagem (que não é uma desvantagem) é ser um caminho mais longo e que exige muita dedicação do artista.

Quais as tuas maiores influências musicais?
Em primeiro lugar, Queen, que na minha opinião foi a maior banda de todos os tempos. Adoro os arranjos vocais bem colocados, juntamente com as guitarras melódicas do Brian May. BB King e Eric Clapton, que são os meus ídolos. BB King como o grande mestre do blues e Eric Clapton pela forma suave como toca guitarra. E para fechar com chave de ouro, Rolling Stones, que admiro incondicionalmente pelo grande show que fazem.

Como preferes ouvir música? CD, Vinil, K-7, Streaming, leitor mp3?
Eu prefiro CD.

O streaming está a “matar” ou a “salvar” a música?
Eu gosto do streaming, porque torna a música mais acessível a todos. Eu acredito que é exatamente o que o artista almeja: tornar a sua obra conhecida, fazer parte dos diversos momentos das vidas das pessoas. Não acho que esteja “salvando” nem “matando” a música. É apenas uma forma diferente de broadcasting.

Qual o disco da tua vida?
A Night at The Opera, dos Queen. Simplesmente fantástico.

Qual o último disco que te deixou maravilhado?
Me and Mr. Johnson, Eric Clapton. O que me surpreendeu foi a forma moderna e vibrante com que os arranjos foram feitos.

O que andas a ouvir de momento/Qual a tua mais recente descoberta musical?
Samantha Fish. Uma voz melodiosa e uma guitarra agressiva que fazem com que cada música seja uma supresa. Wild Heart, o mais recente trabalho dela está sensacional, trazendo desde o tradicional blues do Mississipi ao mais elétrico blues de Chicago.

Qual a situação mais embaraçosa que já te aconteceu num concerto?
Estava a tocar ao vivo numa casa noturna e uma rapariga subiu ao palco, agarrou o microfone e cantou agarrada às minhas pernas. A minha esposa estava na plateia, fotografando e rindo da situação. Não conseguia soltar-me dela sem cair, tive que esperar que a música acabasse...

Que músico/banda já te desiludiu a nível musical/ou em concerto ao vivo?
Acho que nenhuma. Sempre tive a sorte de ir a concertos muito bem ensaiados e com artistas muito competentes.

Com que músico gostarias de efectuar um dueto/parceria?
O meu ídolo e o meu mestre, Eric Clapton.

Para quem gostarias de abrir um concerto?
Sem dúvida alguma, The Rolling Stones!

Em que palco (nacional ou internacional) gostarias um dia de actuar?
Rock In Rio Lisboa! Fico imaginando a minha entrada no palco, a luz, o som...

Qual o melhor concerto a que já assististe?
Queen no Rock In Rio. O concerto foi simplesmente uma viagem entre os maiores sucessos do Queen. Freddie Mercury regendo a plateia durante “Love of My Life” foi o grande momento do concerto, que eu assisti com uma costela quebrada, pois estava sendo pressionado contra a grade... Foi muito bom!

Que artista ou banda gostavas de ver ao vivo e ainda não tiveste oportunidade?
Os concertos dos U2 são muito bons. Tenho dois DVD’s deles onde se nota toda a produção envolvida e os arranjos que fazem para os temas. Tudo isso e os efeitos especiais deixam-me muito curioso para querer estar presente num concerto deles.

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostavas de ter estado presente?
Qualquer show dos Beatles, somente para sentir a histeria da época...

Qual o teu guilty pleasure musical?
Nenhum em particular.

Projectos para o futuro?
Para o futuro imediato fazer a Tour “The Storyteller” na Europa. Já estou a trabalhar nas músicas do próximo CD, com os arranjos vocais e a produção musical dos temas.

Que pergunta gostarias que te fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
Uma pergunta que nunca me fizeram foi o porquê de começar pelo lançamento de um single que vem em auxílio de outras pessoas... A resposta é bem simples. Para mim, a função do artista é traduzir o mundo através de sua arte, sempre visando o crescimento da humanidade. Quando algo horrendo acontece, provocando uma dor coletiva muito grande, eu sinto que, como artista, preciso de falar por quem não tem mais voz e contribuir para a melhoria geral da situação.

Que música gostarias que tocasse no teu funeral?
"The Blues is My Business", cantado por Etta James.

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.
Ficamos agora ao som do primeiro single "Muddy Water" do futuro disco The Storyteller.

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