sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Conversas d'Ouvido com Alex Chinaskee


Estivemos à conversa com Alex Chinaskee, pseudónimo do músico e compositor português Miguel Gomes que juntamente com Simões (baixo), Tojo (teclas), Ribeiro (guitarra) e Oliveira (bateria), formam os Alex Chinaskee e os Camponeses. No dia 1 de Janeiro às 00h00 decidiu aventurar-se a solo, lançando "o primeiro EP do ano", Trocadinhos ao Pôr-do-Mi. Nesta conversa descontraída falamos de música e descobrimos um artista fortemente influenciado pela música portuguesa e por nomes como Filipe Sambado, Old Yellow Jack e Luís Severo. Contudo, há muito mais para descobrir sobre o honey pop/rock de Alex Chinaskee, nesta edição de Conversas d'Ouvido... 


Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Alex Chinaskee: Realmente não sei, mas por mais cliché que pareça, sempre gostei. Os meus pais têm muitas histórias de como eu cantava os toques de telemóvel deles mal os ouvia pela primeira vez.

Como surgiu o pseudónimo Alex Chinaskee?
É uma mistura entre o vocalista dos Arctic Monkeys, Alex Turner e o alter ego do escritor Charles Bukowski, Henry Chinaski.

Como gostas de descrever o teu estilo musical?
Gosto de lhe chamar “Honey Pop/Rock”. Uma brincadeira que fiz. Canções melancólicas e melosas passam a mel e o mel passa a honey e como é Pop/Rock fica Honey Pop/Rock.

Consegues explicar-nos como se desenvolve o teu processo criativo?
Não tenho um processo fixo, muito pelo contrário. Estou a acabar o 3º Disco e todos eles foram escritos de maneiras diferentes. O primeiro escrevi porque estava de coração partido, escrevi as letras todas no meu bar preferido, o Loucos e Sonhadores, e depois arranjei uns acordes e corri para o estúdio apenas com o Gonçalo Caboz, o Gustavo Marques e o David Simões. O segundo disco, bebé do ano, surgiu todo numa noite em que por alguma razão não consegui dormir e escrevi tudo em que pensei. Depois agarrei no meu material e gravei misturei e masterizei tudo no Estúdio Voador durante o Natal. O terceiro é o primeiro disco que estou a escrever com os Camponeses e vamos trabalha-lo com o Filipe Sambado.

Editaste dia 1 de Janeiro às 00h00 o teu mais recente EP, algum simbolismo especial?
Queria só ter aquela cena de “Eish, lancei o primeiro EP do ano!”, ningúem me pode tirar isso, pelo menos na Timezone do Meridiano de Greenwich. Sei que o Eno também lançou o seu álbum dia 1.

Para quem ainda não ouviu “Trocadinhos ao Pôr-do-Mi”, o que pode esperar?
Pode esperar uma viagem nos ouvidos de outra pessoa, tipo aqueles vídeos “põe os phones, fecha os olhos e ouve alguém cortar-te o cabelo”, só que com música.

Para além da música, t que tocasse no vossomavamstiram que tocasse no teusosavas ariasens mais alguma grande paixão?
(Cliché Master Strikes Again) gosto de teatro e cinema, gosto de pintura e de fotografia, etc.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
É ser estudante.

Quais as tuas maiores influências musicais?
Em Portugal definitivamente os Os Pontos Negros e mais recentemente o Severo e o Sambado que me influenciam principalmente na parte da canção.

Lá fora Talking Heads, Arctic Monkeys, The Strokes no som que procuro, certamente não é o que alcanço.


Como preferes ouvir música? CD, Vinil, K-7, Streaming, leitor mp3?
Em casa em CD e agora a ganhar o gostinho à K7, graças à Spring Toast. Na rua no leitor telemóvel.

O streaming está a “matar” ou a “salvar” a música?
A música não está a morrer. Os músicos estão. O streaming ajuda as pessoas a ouvir a música. Partilho a minha opinião com o Patrick dos Black Keys “I'd rather people hear our music than not. (…) I'm still an advocate for artists to be paid fairly.”

Qual o disco da tua vida?
Acho que ainda não o encontrei, mas preferido seria o “Once in a Lifetime – 3CD + 1DVD” dos Talking Heads que ofereceram ao meu pai à uns anos.

Qual o último disco que te deixou maravilhado?
Vida Salgada, Vida Salgada, Vida Salgada (Filipe Sambado)

O que andas a ouvir de momento/Qual a tua mais recente descoberta musical?
Desde que lancei o Campo que ouço maioritariamente música portuguesa. Neste momento os Old Yellow Jack que vão acabar e vou ter muitas saudades deles.

Qual a situação mais embaraçosa que já te aconteceu num concerto?
Não é embaraçosa mas é engraçada. Quando tocámos no anivesário do Lounge pela Puro Fun caiu um prato ao Ricardo na Loucos Sonhos e quando o prato caiu cortou-me o Jack da guitarra ao meio. História gira de se contar.

Com que músico/banda gostarias de efectuar um dueto/parceria?
Já vou no disco novo, com o Filipe Sambado. Ou com o Casablancas (risos).

Para quem gostarias de abrir um concerto?
Mighty Sands. Ou para os The Strokes (risos).

Em que palco (nacional ou internacional) gostarias um dia de actuar?
Coliseu dos Recreios.

Qual o melhor concerto a que já assististe?
Arcade Fire no Rock in Rio 2014, Arctic Monkeys no Super Bock 2013.

Que artista ou banda gostavas de ver ao vivo e ainda não tiveste oportunidade?
O Casablancas com qualquer projeto.

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostarias de ter estado presente?
1994, Cascais, Nirvana.

Qual o teu guilty pleasure musical?
Green Day?

Projectos para o futuro?
Projectos não. Planos sim. Secretos, se não acontecerem fico triste, se acontecerem fixe!

Que pergunta gostarias que te fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
P: Queres abrir para os The Strokes amanhã? R: Sim.

Que música gostarias que tocasse no teu funeral?
Algo para dançar tipo Elvis. "A Little Less Conversation" por exemplo. Ou a "Road to Nowhere" dos Talking Heads.

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.

Beijos!

Apresentamos agora o EP, Trocadinhos ao Pô-do-Mi que se encontra para escuta e download através da plataforma Bandcamp.

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