sábado, 18 de fevereiro de 2017

Conversas d'Ouvido com Prume

Os Prume, são uma banda brasileira que entrou nos radares do universo musical com a edição do disco Learning By Watching no ano transacto. O trio composto por Igor Bruno (voz e ukelele), Cadu Bussad (teclas, programações e voz) e Felipe Wolfenson (guitarra), percorre os trilhos do indie pop. Nesta edição das "Conversas d'Ouvido", descobrimos uma banda que nas suas diferenças encontrou a sintonia perfeita para a sua sonoridade. Esta entrevista é imperdível para ficarem a conhecer um dos novos talentos da música directamente do outro lado do Oceano...


Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Cadu: Desde sempre fui apaixonado por música. 
Igor: Acho que como na maioria dos casos, tudo começa ouvindo música. Você começa a admirar os artistas pelo que eles conseguem despertar em seu interior, e daí vem a vontade de querer ser como eles e despertar sensações parecidas nas outras pessoas, de ter esse poder.

Como surgiu o nome Prume?
Cadu: Surgiu depois de uma longa pesquisa e reuniões. Finalmente encontramos uma palavra que agradasse a nós os três. Queríamos uma palavra forte, que pudesse ser entendida e falada do mesmo jeito tanto na nossa língua nativa (Português do Brasil) como por pessoas de outros países. Mais precisamente, o nome veio de um barco que se chamava “Brume”, mas já existia uma banda com este nome, então fomos trocando a primeira letra até achar uma que encaixasse com o resto da palavra.
Igor: O nome Prume derivou de brume. A gente viu um barco na Urca, no Rio de janeiro, com esse nome, pensamos em usá-lo mas outra banda teve a ideia primeiro, então decidimos modificá-lo. A gente queria escolher um nome que soasse bem em português mas que fosse relativamente fácil de pronunciar em outras línguas. Também achamos legal a ideia de um nome que não tivesse um significado.
Para quem ainda não ouviu o disco “Learning By Watching”, o que pode esperar? 
Cadu: Músicas que têm uma mistura de três integrantes completamente diferentes entre si. Entre eles o pop radiofônico, indie alternativo, mpb (música popular brasileira), hip hop e rock clássico. Todas elas com o objetivo de fazer o ouvinte sentir algum tipo de emoção, seja ela a reflexão ou dançar.
Igor: É um disco situado no limiar entre o pop e o alternativo. As músicas são relativamente fáceis de digerir, mas difíceis de enjoar.
Como gostam de descrever o vosso estilo musical?
Cadu e Igor: Indie pop.
Conseguem explicar-nos como se desenvolve o vosso processo criativo?
Cadu: Acho que podemos considerar um pouco inusitado, já que, como a maioria das bandas, nós não ensaiamos as nossas composições para depois ir para o estúdio gravar. Primeiro fazemos a canção inteira no computador para depois adaptá-las para o "ao vivo". Elas sempre surgem como pequenas ideias, um riff ou um beat, e vão sendo construídas com muita tentativa e erro no decorrer do nosso processo.
Igor: A gente pré produz as músicas em casa e muita coisa dessa pré-produção ficou no disco. Alguém vem com uma ideia e os outros vão acrescentando em cima e discutindo até chegarmos em um formato que agrade os três. Apesar dessa pré-produção caseira, muita coisa nasce na hora da gravação, no estúdio mesmo.

Para além da música, têm mais alguma grande paixão?
Cadu: Ténis, Cinema e Mulheres. Não necessariamente nesta ordem. (risos)
Igor: Filmes e viajar.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
Cadu: A maior vantagem para mim é poder viver uma vida sem regras, sem uma rotina certa. Nós nunca sabemos como vai ser nossa vida daqui a 1 ou 5 anos.
Igor: Acho que o músico se sente poderoso quando consegue se conectar com outras pessoas e emocioná-las. É uma sensação única que poucas profissões no mundo compartilham. A desvantagem é que ainda é um trabalho muito desvalorizado, ainda existe preconceito com músico, é muito difícil conseguir estabilidade financeira.

Quais as vossas maiores influências musicais?
Cadu: Coldplay, The Weeknd, Sticky Fingers e Hans Zimmer.
Igor: Djavan, Beatles, Thom Yorke, Radiohead, Caetano Veloso, Milton Nascimento.

Como preferem ouvir música? CD, Vinil, K-7, Streaming, leitor mp3?
Cadu: Hoje em dia só utilizo serviços de streaming para ouvir música.
Igor: Streaming definitivamente. Esse mecanismo facilitou demais a vida de todo mundo.

streaming está a “matar” ou a “salvar” a música?
Cadu: Na minha opinião, nem um nem outro. Acho que os discos, clipes, vinis não vão acabar assim como o streaming chegou para ser a salvação para todas as bandas. É uma ferramenta que facilitou muito a entrada das bandas na vida das pessoas. E cabe às bandas conseguirem se adaptar a esse novo serviço de distribuição e saber utilizá-lo da melhor maneira.
Igor: Acho que o streaming democratizou ainda mais a experiência de se ouvir música.

Qual o disco da vossa vida?
Cadu: Coldplay – X &Y
Igor: Thom Yorke - The Eraser.

Qual o último disco que vos deixou maravilhados?
Cadu: The Weeknd - Starboy
Igor: Bon Iver - 22, A Million.

O que andam a ouvir de momento/Qual a vossa mais recente descoberta musical?
Cadu: Venho escutando bastante o cd novo de The Weeknd e The XX, e a descoberta musical foi um rapaz chamado Emmit Fenn.
Igor: Bon Iver foi a última descoberta. Mas estou em um momento de nostalgia, ou seja, redescobrindo meu gosto musical, voltando a ouvir Djavan, os primeiros discos de Caetano, Ray Charles, Beatles. O que eu ouvia quando criança.

Qual a situação mais embaraçosa que já vos aconteceu num concerto?
Cadu: Esquecer uma parte da música em que só eu tocava na hora.
Igor: Tocar muito bêbado, ficar falando demais e errar letra de música.

Com que músico/banda gostariam de efectuar um dueto/parceria?
Cadu: Chris Martin
Igor: Com algum dos meu ídolos com certeza: Caetano, Djavan, Thom Yorke.

Para quem gostariam de abrir um concerto?
Cadu: Coldplay
Igor: O mesmo da resposta anterior.

Em que palco (nacional ou internacional) gostariam um dia de actuar?
Cadu: Lollapalooza.
Igor: Lollapalooza seria um marco para a gente. É uma das metas e um dos assuntos recorrentes quando estamos juntos.

Qual o melhor concerto a que já assististiram?
Cadu: Paul McCartney
Igor: Teve um show de um cara chamado Thundercat que me impressionou.

Que artista ou banda gostavam de ver ao vivo e ainda não tiveram oportunidade?
Cadu: Coldplay.
Igor: Radiohead.

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de terem nascido) em que gostariam de terem estado presentes?
Cadu: Pink Floyd – Pulse (Live)
Igor: Beatles.

Qual o vosso guilty pleasure musical?
Cadu: Justin Bieber.
Igor: Eu não sou a favor de incentivar essa cultura do guilty pleasure. Acho que ninguém deve ter vergonha do que gosta, incluindo o que escuta.

Projectos para o futuro?
Cadu: Sair do Brasil e tocar em diferentes países.
Igor: Morar em São Paulo para divulgar a banda, tocar fora do país em festivais, fazer tours pelo mundo.

Que pergunta gostariam que vos fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
Cadu: Por que escolheste o instrumento que tocas (Teclas) para ser teu instrumento principal? Porque é o instrumento que há menos pessoas tocando, então para entrar em alguma banda, decidi aprender algo que haviam menos pessoas para competir. (risos)
Igor: Vida de músico compensa? Eu não sei.

Que música gostariam que tocasse no vosso funeral?
Cadu: Paul McCartney - "Live and Let Die" (Bela pergunta esta, poderia ser a pergunta da resposta anterior!) (risos)
 
Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.

Ficamos agora ao som do single "How U?", gravado numa sessão ao vivo.

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