Entrevista com Tereza, banda proeminente no panorama independente brasileiro. Formados em 2009, contam com dois LP's editados, Vem Ser Artista Aqui Fora (2012) e Pra Onde a Gente Vai (2015). Os Tereza são compostos por Mateus Sanches, João Volpi, Sávio Azambuja, Rodrigo Martins e Vinícius Louzada. Estivemos à conversa com estes cinco rapazes que juntos partilham não só a paixão pela música, mas também a amizade que os une...
Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Vinícius (V): Surgiu ainda na escola quando éramos muito jovens, por volta dos 14 anos de idade. Inclusive, nós fomos ficando mais amigos nessa idade justamente por causa disso, a paixão pela música. Trocávamos CDs uns com os outros para saber o que cada um estava ouvindo de novidade.
Como surgiu o nome Tereza?
V: Todos nós estudávamos na mesma escola, e na nossa turma tinha essa garota chamada Tereza. Ela foi a primeira paixão de todos nós, era a garota mais bonita da sala. Então na hora de escolher o nome, foi bem natural, veio a ideia de homenageá-la e todos concordaram. Hoje em dia a Tereza é uma grande amiga e sempre que pode vai aos shows.
Como gostam de descrever o vosso estilo musical?
Mateus (M): Nós somos uma banda pop.
Sem darmos por isso o vosso primeiro disco já foi editado há oito anos, em 2009 imaginavam chegar onde chegaram?
Sávio (S): Sempre sonhamos alto. Mas a verdade é que nunca dá pra saber exatamente onde vamos parar. Então não, não imaginávamos chegar onde chegamos. Essa é a parte boa dessa indústria. Tudo é novidade, cada degrau que se sobe é um novo desafio totalmente diferente. As surpresas não param!
Para além da música, têm mais alguma grande paixão?
João (J): Cinema! Inclusive, uma das coisas que mais gostamos de fazer nesse processo todo é gravar clipes! Nos divertimos muito em todas as nossas produções.
Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
S: A maior vantagem é fazer o que ama, existem poucas coisas no mundo mais legais do que tocar numa banda com os seus amigos. A maior desvantagem é que é um mercado de trabalho muito cruel e com pouquíssimas oportunidades legítimas, o que acaba gerando certa frustração. Quem for entrar nesse ramo tem que ter muita disposição e força de vontade pra fazer dar certo.
Quais as vossas maiores influências musicais?
M: Nos influenciamos bastante por bandas de rock brasileiras dos anos 80 e 90. Eram coisas que ouvíamos bastante em casa durante nossa infância e foi sempre um norte pra gente.
Como preferem ouvir música? Cd, vinil, k-7, streaming, leitor mp3?
Rodrigo (R): Atualmente não tem como não escutar streaming, esse esquema de ter um catálogo quase infinito de músicas à sua disposição é muito tentador, é algo que não tínhamos quando crianças. Porém somos da época do CD, gostamos bastante do conceito de álbum. Até hoje paramos para escutar um álbum inteiro de uma só vez, ainda é muito bom!
O streaming está a “matar” ou a “salvar” a música?
Não acreditamos que esteja a matar nem a salvar. O streaming na verdade veio para mudar a maneira como se consome música e isso já aconteceu em outras épocas da história, é natural. Houve um tempo em que nem existiam vinis, música era só ao vivo, então a chegada da música gravada foi uma inovação na maneira como se consumia música na época. Na realidade, penso que o streaming trouxe estabilidade para um consumo que há anos andava muito confuso. Com a chegada da internet, a indústria da música virou de cabeça pra baixo. Até a chegada do streaming, passamos por diversas plataformas musicais que não funcionaram por muito tempo. Quer gostemos ou não, o streaming veio pra ficar e nós temos que nos adaptar.
Qual o disco da tua vida?
V: White Album – The Beatles
Qual o último disco que te deixou maravilhados?
M: The Life of Pablo – Kanye West
O que andas a ouvir de momento/Qual a tua mais recente descoberta musical?
R: Recentemente estava escutando o álbum “Damn”, o novo trabalho do Kendrick Lamar. E é excelente! Recomendo a todos!
Qual a situação mais embaraçosa que já vos aconteceu num concerto?
S: Não sei se é a mais embaraçosa, foram várias! Mas bem no início da banda, o Vinícius descia do palco no meio de uma música específica e dançava junto com o público enquanto o resto da banda ia acelerando o ritmo da canção para preparar a volta triunfante do vocalista. Sempre dava certo e a plateia adorava! Porém, teve uma ocasião em que tocamos num festival numa praia aqui no Rio de Janeiro e o palco era alto demais. Ele desceu sem problemas, mas na hora de voltar não conseguia subir no palco de jeito nenhum. A música já estava acelerada demais e quando vimos, a plateia estava gargalhando da situação. Uma banda tocando extremamente rápido enquanto o vocalista se pendurava na beirada do palco com as pernas balançando. Nessa altura até os próprios músicos estavam rindo, e depois de muito esforço, Vinícius conseguiu subir no palco e seu feito foi aplaudido por todos.
Com que músico/banda gostariam de efectuar um dueto/parceria?
São vários! Difícil escolher... talvez a Rihanna!
Para quem gostariam de abrir um concerto?
São vários! Difícil escolher... talvez a Rihanna também! E depois tocamos a nossa música feita em parceria com ela.
Em que palco (nacional ou internacional) gostariam um dia de actuar?
Glastonbury!
Qual o melhor concerto a que já assististe?
J: O concerto mais marcante da minha vida foi o do Paul McCartney em São Paulo no Brasil em 2011. Nunca pensei que fosse conseguir vê-lo ao vivo.
Que artista ou banda gostavam de ver ao vivo e ainda não tiveram oportunidade?
V, R e J: Uma banda que sempre quisemos ver ao vivo mas nunca tivemos oportunidade é The Strokes. Todos gostávamos muito na nossa adolescência e ouvíamos o tempo todo.
Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de terem nascido) em que gostariam de terem estado presentes?
Red Hot Chili Peppers - "Live at Slane Castle"
Qual o teu guilty pleasure musical?
R: Lenny Kravitz
Projectos para o futuro?
M: Acabamos de lançar um novo single “Sonhos de Kassin”, que já está disponível nas plataformas em streaming, e prentendemos lançar mais 3 até o segundo semestre.
Que pergunta gostariam que vos fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
J: De todas as músicas que vocês já fizeram, qual é a sua favorita? "Nikity City"”
Que música gostariam que tocasse no teu funeral?
V: "Fly Me To The Moon" – Frank Sinatra por causa daquele filme “Space Cowboys”. O personagem do Tommy Lee Jones morre tocando essa música depois de ter pousado um foguete na lua.
Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.
Terminamos som do mais recente single "Sonhos de Kassin"...
Sem comentários:
Enviar um comentário