terça-feira, 6 de março de 2018

Conversas d'Ouvido com CORTE

Entrevista com CORTE, pela voz do seu mentor Francisco Santos, cantor e compositor proveniente de Almada. Uma guitarra acústica, umas nuances de piano e uma voz penetrante que nos conta histórias na língua de Camões. 
CORTE, planeia a edição do debut "Trinta e Nove", com lançamento previsto para dia 15 de Março, entretanto deixamos o convite para entrarem connosco, silenciosamente no universo de Francisco Santos, em mais uma edição das "Conversas d'Ouvido"...


Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
CORTE: Surgiu muito cedo e certamente por influência do meu pai que é um ávido consumidor de música.
Tive a minha primeira banda com 14 anos mas lembro-me de ouvir The Doors ou tentar ler a letra do "Hotel California" da capa do vinyl com 11 anos talvez. Os meus pais ofereceram me a minha primeira guitarra com 12 anos.

Como surgiu o nome CORTE?
Nem sei bem, andava à procura de um nome que me remetesse para mudança, evolução e foi este nome que me ocorreu.

Queres apresentar-nos o músico que te acompanha nesta aventura?
O Tiago Araújo é um percussionista muito jovem mas com um talento incrível, apesar do disco de estreia ser um espelho das canções sobre uma forma mais primária, temos alguns temas online onde o Tiago (e outros músicos convidados) deram o seu precioso contributo.
CORTE - "Trinta e Nove"
Preparas-te para editar o teu disco de estreia “Trinta e Nove”, já podes levantar um pouco véu sobre o que podemos esperar?
Canções sinceras.

Sentimos que a palavra ocupa um papel de destaque na tua música, é verdade?
Sim é verdade. Estas canções surgem quase todas da ideia de uma letra associada a uma melodia.
Na música que faço não há muito espaço para a deambulação ou devaneio musical, está tudo muito colado à palavra e respectiva melodia. É tão assim que maior parte das músicas foram compostas sem a guitarra à frente, enquanto conduzia a minha mota, a cantarolar basicamente.

Como gostas de descrever o teu estilo musical?
Não tenho nenhum rótulo para atribuir à minha musica. São canções.

Para além da música, tens mais alguma grande paixão?
Sim, a minha profissão. Gravar bandas, produzir discos e fazer som ao vivo. Hmmm não foge muito ao tema música… (risos).

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
Nunca fiz verdadeiramente vida de músico, na medida de viver da música, mas em Portugal não é nada fácil. Assim sendo, fazer o que realmente se gosta deve ser sempre a maior vantagem de qualquer profissão.

Quais as tuas maiores influências musicais?
CORTE não é o reflexo das minhas influências musicais, que são variadas. Vindo de um passado musical ligado ao hardcore da margem sul, actualmente o que ainda se mantêm como marco musical na minha vida são autores como Paul Simon, The Doors, Leonard Cohen, Tom Jobim, Chico Buarque, The Beatles, Supertramp, e mais recentemente Passenger.

Como preferes ouvir música? Cd, vinil, k-7, streaming, leitor mp3?
Continuo a preferir ouvir música em CD.

Qual o disco da tua vida?
Tenho tantos. Escolher um só disco seria desleal.

Qual o último disco que te deixou maravilhado?
Whispers”, Passenger

O que andas a ouvir de momento/Qual a tua mais recente descoberta musical?
Ed Sheeran.

Qual a situação mais embaraçosa que já te aconteceu num concerto?
Quando eramos putos não havia esta coisa dos roadies nem das guitarras spare (risos) e lembro de entrarmos em palco no Seixal Rock 99 com Act Of Anger, na primeira parte de RAMP, e a meio da primeira música uma das cordas do guitarrista partiu-se. Resumo da história, ficou a banda toda em frente a 2 mil pessoas sentados em palco à espera que o guitarrista mudasse a corda…

Com que músico/banda gostarias de efectuar um dueto/parceria?

Gostava muito de fazer um dueto com a Teresa Salgueiro. No disco tenho uma canção chamada "A Meu Lado" que inicialmente tinha sido idealizada para ser um dueto mas acabei por não convidar ninguém.

Para quem gostarias de abrir um concerto?
Numa visão mais realista diria Tiago Bettencourt, numa visão mais sonhadora diria Ed Sheeran.

Em que palco (nacional ou internacional) gostarias um dia de actuar?
Olympia, Paris.

Qual o melhor concerto a que já assististe?
Pink Floyd, estádio de Alvalade.

Que artista ou banda gostavas de ver ao vivo e ainda não tiveste oportunidade?
Paul Simon.

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostarias de ter estado presente?

Gostava de ter estado em qualquer um concerto dos The Doors. Ou Simon and Garfunkel no Central Park.

Tens algum guilty pleasure musical?
Sim. “Vais Partir” do Clemente :)

Projectos para o futuro?
Tocar. Tocar muito.

Que pergunta gostarias que te fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
Esta é a minha primeira entrevista em muitos muitos anos por isso não tenho resposta a essa pergunta :)

Que música de outro artista, gostarias que tivesse sido composta por ti?
João e Maria” - Chico Buarque

Que música gostarias que tocasse no teu funeral?
Essa é uma ideia muito romântica… Acho que numa situação como essa o silêncio é o melhor companheiro...

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.

Apresentamos agora o single "Outono em Flor", extraído do disco, "Trinta e Nove"

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