Entrevista com a banda brasileira SUSPENSE, pela voz do vocalista e teclista Luã Linhares. O quarteto de rock progressivo, proveniente de Belo Horizonte, é ainda composto por Luciano Soares (guitarra), Carlos Linhares (baixo) e Nelson Simões (bateria). Nas linhas que se seguem descobrimos a admiração que sente pela música brasileira e por nomes como Shaman e Aknus. Um dia gostaria de colaborar com os Far From Alaska. A música portuguesa não lhe é indiferente e destacou o rock progressivo dos lendários Petrus Castrus. No ano transacto editaram o debut homónimo, o dia 8 de Maio de 2019 assinala também uma estreia, nas "Conversas d'Ouvido"...
Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Luã Linhares: Desde criança eu tinha muito contato com música porque o meu pai é músico, assim como os amigos dele que iam lá em casa. Eu comecei a gostar mais do teclado, que é o meu instrumento principal, por causa da banda de rock progressivo que ele tinha quando eu era mais novo, o Arion. Fora eu, todos os membros da SUSPENSE Band faziam parte dessa banda, que pra mim é uma das melhores bandas de rock progressivo da história. O tecladista do Arion, Sérgio Paolucci, foi uma dessas minhas inspirações iniciais, que me fez ver a infinita possibilidade de timbres, sons e melodias que se pode criar com o teclado.
Como surgiu o nome SUSPENSE?
Esse nome surgiu da nossa paixão pelo cinema, por filmes de Suspense, do Hitchcock, e todo esse universo de filmes de terror. É interessante porque é uma palavra internacional também, funciona em português, em inglês e várias outras línguas.
Quais as tuas maiores influências musicais?
As minhas composições misturam tanta coisa que é até difícil de dizer. Mais pro lado do rock progressivo minhas principais influências são o Renaissance, Arion, Frost*, Dream Theater, de artistas pop eu percebo influência dos Hanson, Coldplay, Katy Perry, U2... Tenho muita influência também de música japonesa como Tokyo Jihen, Maaya Sakamoto, bandas de metal como Angra, Blind Guardian, e também muita coisa que eu conheci na época que eu fui da igreja, como Hillsong United, Downhere, Fireflight e Narnia. Misture isso tudo com rock clássico como Deep Purple, Led Zeppelin e Beatles, com o rock oitentista como A-Ha e Journey, e começaremos a entender de onde vem as composições da Suspense ;)
Para além da música, tens mais alguma grande paixão?
Filmes de terror.
Qual o disco da tua vida?
Dizer um só é muito difícil! Mas um que eu considero que foi muito importante pra minha história musical é o disco “Ritual” da banda Shaman, que foi o que me fez começar a gostar de heavy metal e marcou toda a minha adolescência.
Qual o último disco que te deixou maravilhado?
“Unlikely”, do Far From Alaska. Achei um álbum super criativo, com um rock experimental meio stoner, meio pop.
Qual a tua mais recente descoberta musical?
Eu gosto muito de ir em shows de bandas autorais locais e conhecer novos sons. Umas dessas bandas daqui de Belo Horizonte que eu conheci e virei fã é a Aknus, que fazem um som muito bem feito e tenho certeza que vão crescer muito ainda na cena do rock nacional.
Qual a situação mais embaraçosa que já te aconteceu num concerto?
Há alguns anos atrás quando eu ainda não tinha muita prática com o canto, tinha show que eu começava a perder a voz, ficava rouco... e aí eu ia cantar e a voz não reagia como eu esperava, era desesperador. Mas depois, além de praticar mais, conhecer mais os meus limites, eu comecei a investir mais tempo em exercícios de canto quase todos os dias, e nos últimos anos creio que dei uma melhorada boa e nunca mais tive esse tipo de problema.
Conheces alguma coisa da música portuguesa?
Quase nada. Preciso conhecer mais! Uma banda que eu já ouvi e achei bem interessante é o Petrus Castrus, de rock progressivo.
Com que músico/banda gostarias de efectuar um dueto/parceria?
O máximo de bandas possível! (risos) Mas uma que eu gostaria muito é o Far From Alaska.
Qual o melhor concerto a que já assististe?
Pra mim o melhor é o do Blind Guardian, não existe show mais empolgante. Gostei muito também do show do Paul McCartney, muito emocionante ver aquela lenda viva tocando canções incríveis e pensando “É ele mesmo! Estou aqui ouvindo Yesterday ao vivo e não é um cover, é o autor original dela na minha frente!”
Que artista ou banda gostavas de ver ao vivo e ainda não tiveste oportunidade?
Minha artista favorita, Maaya Sakamoto, e a banda Tokyo Jihen. Essas duas acho muito difícil virem pra cá, vou ter que ir no Japão assistir.
Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostarias de ter estado presente?
Woodstock. Ou algum dos Beatles.
Tens algum guilty pleasure musical?
Tem muita música da época que eu era da igreja que eu continuo gostando, mas acho explicitamente gospel demais pra eu ficar ouvindo por aí... mas de vez em quando eu escuto quando estou sozinho.
Projectos para o futuro?
Estamos gravando o clipe da música "Between Our Eyes", e no segundo semestre de 2019 vamos gravar nosso próximo disco. Estamos buscando mais fãs pelo mundo e esperamos participar cada vez mais de festivais e tocar em novos lugares.
Que pergunta gostariam que vos fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta?
“Como conquistar milhões de fãs e viver de fazer turnês pelo mundo?” – A resposta eu também quero saber (risos)
Que música de outro artista, gostarias que tivesse sido composta por ti?
"Separate Ways (Worlds Apart)", do Journey.
Que música gostarias que tocasse no teu funeral?
Nenhuma, eu não pretendo morrer!
Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.
Muito obrigado! Foi um prazer!
Agora apresentamos o videoclipe do single "Beautiful Excuses", tema extraído do debut homónimo, editado no ano passado.
Agora apresentamos o videoclipe do single "Beautiful Excuses", tema extraído do debut homónimo, editado no ano passado.
Essa música é um sucesso nato!
ResponderEliminarObrigado pela referência. Você é um tecladista muito talentoso!
ResponderEliminarabs Sergio Paolucci