domingo, 23 de agosto de 2015

Tame Impala - "Currents" - Review


Artista - Tame Impala
Álbum - Currents
Crítica - 9,5/10 (nove e meio em dez)

Os australianos Tame Impala regressaram este ano com o novíssimo disco, Currents, que sucede ao aclamado, Lonerism (2012), relembramos que haviam-se estreado nos LP's com Innerspeaker (2010). O segundo disco elevou-os a um patamar épico e reuniu consenso para a crítica especializada, no entanto é certo que já aí haviam alterado ligeiramente a fórmula testada, com menos guitarras e mais sintetizadores, mantendo no entanto o psicadelismo que os caracteriza. Apesar disso a grande discórdia surge ao terceiro disco, que dividiu opiniões, o ouvido alternativo não tem dúvidas e para nós, é um grande disco, ou melhor um disco enorme.
Currents é menos introspectivo e mais expansivo, repleto de "singles orelhudos" que têm passado nas rádios, fizeram-nos encabeçar festivais, alargaram o espectro de ouvintes da sua música, e não vemos mal nenhum nisso, porque no fundo o disco continua a soar a Tame Impala, mas souberam evoluir sem descaracterizar a sua música. Os fãs mais puritanos e alguns Hipsters não concordarão, mas nós adoramos os álbuns anteriores, idolatramos Currents e os  Tame Impala continuam a ser uma das mais excitantes bandas da actualidade. 
O produtor é o próprio Kevin Parker (líder e vocalista da banda), que para isso recorreu ao seu estúdio pessoal na Austrália. O disco propriamente dito é composto por 13 grandes músicas, e começa logo com "Let it Happen", mais de sete minutos onde avisam logo ao que vêm música virada para a dança, e que foi o primeiro single a ser lançado, seguem-se "Nangs", que serve de introdução ao psicadelismo. "The Moment" é um dos momentos altos dos discos e acreditamos será mais um single. "Yes I'm Changing", mostra o lado mais delicado dos Tame Impala e é tão boa, "Eventually" é mais um single extraído de Currents. "Gossip" pequeno instrumental que antecede outro momento alto "The Less I Know The Better". "Past Life" não é a melhor música do disco e provavelmente o que os impede de terem nota máxima na nossa avaliação, mas andam lá perto. "Disciples" é o terceiro single e apesar de gostarmos tínhamos outras sugestões para a substituir. "Cause I'm A Man", é um dos maiores sucessos do disco, escrita e realizada por Kevin Parker, já foi alvo de uma belíssima cover das Haim. Para o fim "Reality in Motion" e "Love/Paranoia", não desviam a atenção que este disco dedica à dança e ao uso e abuso dos falsetes de Kevin Parker. O LP termina com "New Person, Same Old Mistakes", novamente música longa e complexa com mais de seis minutos e que percorre diferentes melodias. 
Currents, mantém a tendência de Lonerism e investe mais em sintetizadores e menos em guitarras, mais psicadelismo e menos rock, mas a mesma qualidade. Os Tame Impala vieram para ficar e ao terceiro disco atingem a quase perfeição, é um dos melhores álbuns que ouvimos este ano, se calhar o melhor até à data.

Sem comentários:

Enviar um comentário