terça-feira, 23 de agosto de 2016

Conversas d'Ouvido com LEI DI DAI


A artista brasileira Lei Di Dai, "rainha do dancehall raggamuffin", encontra-se em digressão europeia e Portugal foi passagem obrigatória para uma série de três concertos. O Ouvido Alternativo aproveitou e convidou a cantora para participar nas Conversas d'Ouvido", Lei Di Dai aceitou e é precisamente o registo dessa entrevista que podem ler a seguir...


Ouvido Alternativo: Como surgiu o nome LEI DI DAI?
Lei DI Dai: Tinha uma banda chamada "Camarão na Brasa" que encerrou em 2004 e eu precisava de continuar a trabalhar, por isso passei o ano de 2005 compondo um disco novo inspirado na cultura rastafari e sentindo no coração a reggae music e os seus elementos. Cantando na noite com alguns músicos, um deles disse-me: “Aí Dai, porque você não assume o A.K.A "Lei Di Dai?". Na hora fiquei fula e falei “o que eu tenho a ver com a princesa Lady Dy?”. Aí ele me disse: “com a princesa nada, você é rainha e só segue suas próprias leis”. E foi assim que surgiu o nome de código que só me trouxe sorte, pois assim que decidi usá-lo, a minha carreira mudou completamente. 

O que esperas desta passagem por Portugal?
A tour europeia já começou no início do mês, passámos pela Alemaha e Espanha, os shows foram muito bons. Mas Portugal tem uma energia diferente por causa da língua, falamos português e a conexão é mais forte. Espero concertos dançantes e cheio de boas vibrações!

Como surgiu a paixão pela música?
Sempre ouvi reggae em casa com o meu pai e acompanhei a influência da música jamaicana pelo mundo, no Hip Hop, Drum and bass, jungle e na música eletrónica mundial. Desde os anos 90 eu tinha o sonho de ser cantora de dancehall Raggamuffin. E poder realizá-lo é VIDA!!!

Para além da música, tens mais alguma grande paixão?
Sim, gosto de filmes e documentários e também sou apaixonada por viajar pelo mundo.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
A maior vantagem é conhecer diferentes lugares e pessoas e a desvantagem é sempre ter que responder às pessoas "sim trabalho e vivo de música", pois sou a única artista de reggae dancehall no Brasil que vive somente da música.

Quais as tuas maiores influências musicais?
Reggae, Dancehall, Hip Hop, Drum and bass, Jungle, R&B,  Jazz, Samba e a música eletrónica mundial. Gosto de Barrington Levy, Buju Banton, Shaggy, Spice, Patra, Shabba Ranks, Yellowman, Nina Simone, Elza Soares e Tim Maia.

Como preferes ouvir música? CD, Vinil, K-7, Streaming, leitor mp3?
Ouço música de todas as forma, mas MP3 é o que mais uso.

O streaming está a “matar” ou a “salvar” a música?
Acho que para os artistas independentes como eu que têm o seu própio selo musical, é uma boa  forma de salvar a música.

Qual o disco da tua vida?
Tim Maia, Racional .

Qual o último disco que te deixou maravilhada?
O meu disco LEI DI DAI 10 ANOS #QUEMTEMFÉTAVIVO.

O que andas a ouvir de momento/Qual a tua mais recente descoberta musical?
“I Got You” de Shaggy ft. Jovi Rockwell, a minha música preferida antes de entrar para o concerto.

Qual a situação mais embaraçosa que já te aconteceu num concerto?
Em concertos acontece de tudo, mas uma vez um anão que estava a cantar comigo caiu do palco. Foi engraçado mas ao mesmo tempo embaraçoso.

Que músico/banda já te desiludiu a nível musical/ou em concerto ao vivo?
A cantora Desire.

Com que músico gostarias de efectuar um dueto/parceria?
Barrington Levy é o meu sonho.

Para quem gostarias de abrir um concerto?
Shaggy, Damian Marley, Barrington Levy, Snoop Dog, Major Lazer.

Em que palco (nacional ou internacional) gostarias um dia de actuar?
Rock Rio Brasil ou Lisboa.

Qual o melhor concerto a que já assististe?
Barrington Levy, no Brasil.

Que artista ou banda gostavas de ver ao vivo e ainda não tiveste oportunidade?
Major Lazer e Buju Banton.

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostavas de ter estado presente?
Peter Tosh ou Nina Simone ao vivo.

Qual o teu guilty pleasure musical?
Nenhum em particular.

Projectos para o futuro?
Sim, estamos gravando e produzindo um EP e mini documentário para o nosso sound system - "Gueto pro Gueto Sistema de Som" - projeto apoiado pela Red Bull Amaphiko, que será lançado no nosso selo musical "Rainha da Lata". Gravámos 3 faixas na Alemanha no Red Bull Studios Berlin, com parceria do grupo Symbiz - um trio de produtores asiáticos conhecidíssimos na Alemanha - e além da produção musical eles têm um excelente MC no grupo o Zhi Nese, que cantou comigo. Em Londres também tenho gravações no Red Bull Studio no final da turnê em setembro. Essas parcerias abriram oportunidades para conhecer novos artistas com influência da música jamaicana.

Que pergunta gostarias que te fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
Lei Di Dai você é feliz, fazendo música?
Sim!!!!! 

Que música gostarias que tocasse no teu funeral?
Bom Senso” , de Tim Maia

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.

Ficamos agora ao som do single "Chega na Dança"

Sem comentários:

Enviar um comentário