quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Conversas d'Ouvido com Xerife


Os Xerife são uma banda portuguesa de pop/rock, citando a própria banda: "There's a new Xerife in Town!" e canta em Português. Estivemos à conversa com o quinteto Laura Macedo (voz), Marcelo Silva (guitarra), Zé Ganchinho (baixo), Cláudio Marques (bateria) e Peka (teclas). Descobrimos uma banda com influências que vão desde o funk, ao blues, passando pelo punk e pelo metal. Um dia gostariam de colaborar com nomes como Manel Cruz, Dead Combo, Amor Electro, Simone de Oliveira, entre outros. Contudo, há muito para descobrir sobre os Xerife, na mais recente edição de "Conversas d'Ouvido... 


Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Cláudio: No meu caso surgiu cedo, por volta dos 8/9 anos quando tentava acompanhar as músicas da rádio batendo em panelas e tachos da minha mãe. Desde aí que a música nunca mais saiu da minha vida.
Laura: Comigo também surgiu muito cedo. Estava sempre a cantar. Mas só mais tarde, já depois de tirar um curso de jornalismo e de trabalhar na área, percebi que, afinal, era da música que queria viver.

Como surgiu o nome Xerife?
Zé Ganchinho: O nome de Xerife surgiu por duas razões. Primeiro, porque achámos que era um nome com uma boa sonoridade e que podia resultar a nível estético. Depois porque, como é uma entidade que não existe em Portugal, simboliza também o que queremos com a nossa música: trazer algo de novo. Se o conseguimos ou não, isso já fica ao critério de quem nos ouve.

Conseguem explicar-nos como se desenvolve o vosso processo criativo?
Zé Ganchinho: O nosso processo criativo desenvolve-se de forma muito orgânica e espontânea. Não temos um método fixo ou uma regra. Preferimos deixar fluir. Alguns temas surgem de simples jam sessions, outros são compostos de forma mais fracionada. Normalmente, criamos o esqueleto e depois a Laura cria uma melodia e uma letra.

Para além da música, t que tocasse no vossomavamstiram que tocasse no teusosavas ariasêm mais alguma grande paixão?
Cláudio: Para além da música, as minhas outras paixões são a fotografia e o vídeo.
Laura: Teatro, cinema, literatura, moda e viagens! Mas acho que tudo pode estar relacionado com a música!

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
Marcelo: A maior vantagem é podermos fazer o que gostamos e recebermos o feedback do público.
A maior desvantagem é, sem dúvida, ser um trabalho incerto, sem garantias. É muito difícil viver da música no nosso país.

Quais as vossas maiores influências musicais?
Peka: Temos várias. Somos muito ecléticos. Do punk ao metal, do funk aos blues, ouvimos de tudo um pouco. Stevie Wonder, RHCP, Queen, Radiohead, Metallica, Guns'n'Roses, Joe Bonamassa, Tara Perdida, Xutos&Pontapés, Nirvana, BB King, Foo Fighters, Arcade Fire, Jamiroquai... Podíamos ficar aqui algumas horas a dizer referências! (risos)

Como preferem ouvir música? CD, Vinil, K-7, Streaming, leitor mp3?
Marcelo: De todas as formas!
Cláudio: Quando era mais novo eram as saudosas k-7´s (risos). Agora prefiro o streaming ou o telemóvel.
Laura: O vinil será sempre o vinil. Traz-me muito boas recordações. Mas, desde que seja boa música, gosto de ouvir em todos os formatos!

O streaming está a “matar” ou a “salvar” a música?
Peka: Tem o lado bom e o lado mau. Por um lado, facilita-nos o processo de chegar mais facilmente às pessoas. Por outro, essa facilidade faz com que seja mais difícil sobressair num mercado muito concorrido.

Qual o disco da vossa vida?
Cláudio: Sepultura – "Roots"
Laura: Tool – "Parabola"
Marcelo: Guns’n’roses: "Appetite for Destruction"

Qual o último disco que vos deixou maravilhados?
Cláudio: Bring Me the Horizon – "That´s the Spirit"
Laura: Arcade Fire - "Funeral"
Marcelo: Kings of Leon – "Only by the Night"

O que andam a ouvir de momento/Qual a vossa mais recente descoberta musical?
Cláudio: Neste momento as músicas que mais oiço variam entre Charlie Brown Jr. e Bring Me The Horizon.
Laura: Ando a ouvir o que já oiço há alguns anos. Arcade Fire, The XX, Tool, Radiohead, Dead Combo, Ornatos Violeta, Noiserv, Linda Martini, Beth Hart, Joe Bonamassa, Amália Rodrigues… nunca mais acabava!
Marcelo: Kiko Loureiro – "Sounds of Innocence"

Qual a situação mais embaraçosa que já vos aconteceu num concerto?
Cláudio: No meu caso não foi com os Xerife, mas sim com outro projeto musical que tive em que tinha de dar um espetáculo de 4 horas. A meio do espetáculo fiquei com fome e sem energia para tocar bateria, então pedi uma bifana para o palco e comi-a enquanto tocava (risos).
Laura: No concerto de Xerife, em Marvila dos Sabores, foi difícil domar a minha saia em palco porque estava muito vento!
Marcelo: No último concerto de Xerife, no Festival da Sopa da Pedra, em Almeirim fiquei sem som na guitarra a meio de uma música!

Que músico/banda já vos desiludiu a nível musical/ou em concerto ao vivo?
Laura: The Black Keys. Tinha as expetativas muito altas e fiquei bastante desiludida porque parecia que a banda não tinha ensaiado! Muitos enganos durante o espetáculo. Penso que o mínimo que os músicos devem fazer é preparar bem o concerto, é uma questão de respeito pelo público. Enganos existem sempre mas, neste caso, eram enganos a mais para uma banda daquele estatuto.

Com que músico gostariam de efectuar um dueto/parceria?
Laura: Jorge Palma, Sérgio Godinho, Manel Cruz, Carlão, Mariza, Simone de Oliveira, Rodrigo Leão, Dead Combo, Noiserv…
Marcelo: Manel Cruz, Amor Electro.

Para quem gostariam de abrir um concerto?
Laura: Amor Electro, Jorge Palma, Xutos&Pontapés… No fundo, qualquer banda ou músico português com cartas dadas no panorama nacional. Partilhar palco com músicos experientes é sempre uma grande aprendizagem.

Em que palco (nacional ou internacional) gostariam um dia de actuar?
Laura: Coliseu dos Recreios, Festa do Avante, Nos Alive, Festival Paredes de Coura. No fundo, queremos atuar em todos os palcos! O nosso objetivo é divulgar ao máximo a nossa música!

Qual o melhor concerto a que já assistiram?
Cláudio: Já assisti a vários, mas posso destacar o de AC/DC no passeio marítimo de Algés, Rage Against the Machine no Optimus Alive e Slipknot no Rock in Rio.
Laura: Resposta muito difícil… Portishead – Coliseu, Depeche Mode – Coliseu, Radiohead – Nos Alive, Arcade Fire – SuperBock SuperRock, Tool – Pavilhão Atlântico, Foo Fighters, Faith No More, Skunk Anansie, Xavier Rudd (Nos Alive), Diamanda Galás, Prodigy… Não consigo escolher! 
Marcelo: Metallica – SuperBock SuperRock

Que artista ou banda gostavam de ver ao vivo e ainda não tiveram oportunidade?
Cláudio: Gostava de ver Slayer ao vivo, Rammstein e a formação original dos Sepultura.
Laura: Joe Bonamassa, Beth Hart, Rammstein, Bruno Mars.
Marcelo: Iron Maiden, Linkin Park, Limp Bizkit, Megadeth, Guns’n’roses (formação original).

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de terem nascido) em que gostariam de terem estado presentes?
Cláudio: Nirvana, Pantera e Sepultura, todos estes no Pavilhão Dramático de Cascais.
Laura: Queen (Wembley 86), Nirvana (em qualquer lado), The Doors, Led Zeppelin, Janis Joplin (Woodstock), Pink Floyd (Estádio de Alvalade).
Marcelo: Jimmy Hendrix (Woodstock), Queen (Wembley 86), Nirvana (em qualquer lado), The Doors, Led Zeppelin 

Qual o vosso guilty pleasure musical?
Laura: Recordar as músicas que ouvia com 12/13 anos… uma mancha no meu currículo musical! (risos)

Projectos para o futuro?
Peka: Vamos continuar a promover o nosso último EP “Histórias”. Iremos lançar o videoclip do tema “Ter e Não Ter” ainda este ano.
No primeiro trimestre de 2017 iremos lançar um single inédito. Queremos tocar muito pelo país fora e continuar a compor.

Que pergunta gostariam que vos fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
Zé Ganchinho: “Querem ser a banda revelação de 2017? Sim!”

Que música gostariam que tocasse no vosso funeral?
Cláudio: No meu podia tocar “Highway to Hell” dos AC/DC (risos).
Laura: “Wake Up” – Arcade Fire
Marcelo: “Welcome to the Jungle” – Guns’n’roses

Obrigado pelo tempo dispensado, boa sorte para o futuro.

Terminamos, mas não sem antes ficarmos ao som dos Xerife e do seu single "Histórias", que dá título ao EP homónimo.

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