sábado, 26 de novembro de 2016

Conversas d'Ouvido com Les Saint Armand


Os Les Saint Armand chegam-nos do Porto e se ainda não os conhecem não sabem o que andam a perder. Folk delicada cantada e sentida em Português. Compostos por Alex Rodriguez-Lázaro (bateria), José Aníbal Beirão (Contrabaixo), André Júlio Teixeira (guitarra clássica, voz, teclas e sopros), António Parra (cavaquinho, teclas, sopros, voz) e Tiago Correia (guitarra clássica, voz, letras). A banda editou recentemente o seu debut, , momento perfeito para os ficarmos a conhecer um pouco melhor em mais uma edição das "Conversas d'Ouvido"...


Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Les Saint Armand: Uma vez que não conhecemos a vida sem música é um bocado difícil dizer como surgiu esta paixão. Ouvindo, cantando, procurando cada vez mais referências, mais artistas, mais tipos de música, estudando... A música está em todo o lado, não é? Depois houve um momento em que tentámos descobrir a nossa.

Como surgiu o nome Les Saint Armand?
Começámos a compor e a mostrar as músicas às pessoas e elas perguntavam como é que se chamava o projecto e que tínhamos que pensar num nome. O nome surgiu numa tarde, por desporto... É só um nome.

Como descrevem o vosso estilo musical?
Nós não compomos a pensar num estilo, não fazemos as nossas músicas para tentar inseri-las em algum tipo de padrão já existente. Fazemos simplesmente as músicas, de coração e por tentativa. O que define um estilo são os elementos que são recorrentes. Em Les Saint Armand são os coros de vozes, os instrumentos acústicos e a valorização da palavra.

Com dez anos de existência, porquê só agora o primeiro álbum?
A banda sofreu várias alterações e não tivemos condições de o fazer antes. Mas nunca deixámos de compor e de tocar ao vivo.

Para quem ainda não ouviu, o que podemos esperar de “Nó”?
A maior dificuldade em produzir o “Nó” foi a escolha de 6 músicas de todas as que compusemos nos últimos 10 anos. 6 músicas que nos apresentassem e que fossem uma forma de mostrarmos o que procuramos agora, ao nível da musicalidade. O “Nó” é uma compilação.

Conseguem explicar-nos como se desenvolve o vosso processo criativo?
Funcionamos por camadas. Por norma, o Tiago escreve a letra e compõe a canção. Mas também há canções compostas em conjunto com o Parra e o André. Quando chegamos à estrutura base da música começamos a acrescentar os arranjos numa tentativa de chegar à sua forma final, sem nunca sabermos quando é que vamos acabar ou quando é que vamos ficar satisfeitos. O que permite que cada elemento seja definidor e essencial para cada tema.

Para além da música, t que tocasse no vossomavamstiram que tocasse no teusosavas ariasêm mais alguma grande paixão?
Sim, somos poligâmicos.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
A maior vantagem é podermos tocar as nossas músicas para as pessoas e ver na cara delas o que a música lhes provoca. A maior desvantagem é ter que montar e desmontar o material antes e depois dos concertos.

Quais as vossas maiores influências musicais?
É uma questão complicada, porque somos todos muito diferentes e cada um traz as suas referências para o projecto sem termos que as discutir. Em dez anos as referências vão mudando. De vez em quando descobrimos coisas que até nos poderiam ter inspirado se não as tivéssemos descoberto já depois de termos composto tantas músicas. Acho que podemos dizer que a nossa maior influência é o dia a dia, pessoas, relações e não tanto uma influência musical específica. Há tanta música que gostamos.

Como preferem ouvir música? CD, Vinil, K-7, Streaming, leitor mp3?
Desde que se oiça a linha de baixo e se perceba a letra está tudo bem.

O streaming está a “matar” ou a “salvar” a música?
Claro que a internet trouxe coisas boas e más, tanto para quem faz como para quem ouve música. Neste momento vivemos na era digital em que o acesso à musica está muito mais facilitado, o que também torna o objecto musical muito mais descartável. Mas isso são questões de mercado. Também diziam que os vídeos iam matar as rádios (“Video Killed The Radio Star”...) e o tempo só provou que a música é transcendente a tudo isso. 

Qual o disco da vossa vida?
Como já referimos, somos todos muito diferentes. Mas há um disco que nos une a todos, que é o “Nó” dos Les Saint Armand.

Qual o último disco que vos deixou maravilhados?
Falámos muito do “Cavalo” do Rodrigo Amarante.

O que andam a ouvir de momento/Qual a vossa mais recente descoberta musical?
Tocámos o outro dia no termómetro com o Mr. Gallini e o gajo é fixe.

Qual a situação mais embaraçosa que já vos aconteceu num concerto?
Tocar com alguém como o Alex e o Aníbal é sempre embaraçoso... são bons demais.

Com que músico gostariam de efectuar um dueto/parceria?
Conhecemos músicos incríveis com quem gostaríamos de o fazer, mas, por exemplo, o Manel Cruz seria especial.

Para quem gostariam de abrir um concerto?
Fleet Foxes, Devendra...

Em que palco (nacional ou internacional) gostariam um dia de actuar?
Essa é fácil. Paredes de Coura.

Que artista ou banda gostavam de ver ao vivo e ainda não tiveram oportunidade?
The Beatles.

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de terem nascido) em que gostariam de ter estado presentes?
O Echoes dos Pink Floyd, em Pompeia, mas tantos outros...

Qual o vosso guilty pleasure musical?
Se um gajo gosta, não é guilty pleasure nenhum...

Projectos para o futuro?
Continuar a compor e a tocar para as pessoas.

Que pergunta gostariam que vos fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
Não adiantava perguntar, porque não saberíamos a resposta.

Que música gostariam que tocasse no vosso funeral?
Por que não o silêncio?

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.

Terminamos como sempre ao som dos convidados, neste caso apresentamos o tema que dá título ao mais recente disco "Nó"

Sem comentários:

Enviar um comentário