quinta-feira, 20 de abril de 2017

Conversas d'Ouvido com Indian Rubber

Apresentamos o quinteto nacional proveniente de Vila do Conde, Indian Rubber que mergulha de cabeça nas águas do indie rock.
Os Indian Rubber são Júlio Gonçalo Macedo (guitarra), Mário Ventura (voz, guitarra), Hugo Raposo (teclas, voz de apoio), Tiago Paulino (baixo) e João Pinho (bateria). Editaram no ano passado o EP de estreia le Voyager, este ano planeiam a edição de um segundo EP. Enquanto esse dia não chega apresentaram-nos o novíssimo single "Dazed" e responderam às nossas questões em mais uma edição das "Conversas d'Ouvido"...

Ouvido Alternativo: Como surgiu o nome Indian Rubber?
Indian Rubber: O nome surge em conversa com uma amiga nossa, devido à musica "India Rubber" dos Radiohead, uma das poucas bandas que todos os membros da banda gostam, contudo após lermos o significado do nome em alguns sítios achamos piada e acabou por ficar.
Como gostam de descrever o vosso estilo musical?
É complicado responder a essa questão, sabemos perfeitamente que temos muito do que é o pop na nossa música, mas o mesmo acontece com o indie rock e um bocado do rock psicadélico, principalmente no nosso primeiro trabalho. Portanto, talvez indie rock/pop psicadélico.
Para além da música, têm mais alguma grande paixão?
João Pinho (JP): Sim, sou grande adepto do hóquei em patins. Joguei hóquei desde os meus 4 anos até aos 21.
Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
Júlio Macedo (JM): Desvantagens são claramente a falta de dinheiro e a dificuldade em arranjar um emprego que dê para conciliar com a banda.
Mário Ventura (MV): Espero vir a poder responder a essa pergunta. 
Tiago Paulino (TP): A maior vantagem é fazer música, tocar e estar com músicos. A desvantagem é o grande custo e pouco retorno que isto acarreta. 
Hugo Raposo (Rap): A principal vantagem, actualmente, é poder tocar para pessoas e divulgar a nossa música. Desvantagens: estou com o Júlio (risos).
Quais as vossas maiores influências musicais?
JM: Não sei responder a essa questão, pois acredito que tudo o que ouço me influencia.
MV: Todos os elementos do grupo têm influências diferentes e todos tentamos trazer um pedaço do que nos agrada e impressiona. Vindo de um historial proveniente do rock e do metal, sei que duas grandes influências foram os Opeth e Porcupine Tree. Estes últimos anos depois da adolescência fui-me interessando pela musica electrónica destacando exemplos como Aphex Twin, Squarepusher, Apparat, Radiohead, Portishead e Tortoise. 
TP: Dream Theater, Jaco Pastorius, Snarky Puppy...Tortoise, Ariel Pink, Connan Mockasin, Frank Zappa... The Contortionist, Plini...
Rap: Ouço literalmente de tudo um pouco. Se gostar da banda ou do artista penso que se pode considerar uma influência. Tenho alguma dificuldade em responder à pergunta em concreto. 
Como preferem ouvir música? CD, Vinil, K-7, Streaming, leitor mp3?
JM: Toda a gente diz que prefere ouvir vinil e eu concordo com isso, contudo não tenho grande dinheiro para gastar em vinil e portanto uso imenso o streaming.
JP: MP3.
MV: Tenho uma grande preferência de ouvir música através de um bom sistema de som. Pessoalmente, gosto da coloração crua e meia distorcida implícita dos vinis. Numa vertente mais digital, aconselho toda a gente a escutar um bom álbum de Jazz em Super Audio CD.
TP: Streaming.
Rap: Na maioria das vezes streaming. Gostava de coleccionar mais vinis mas vendi o meu gira-discos há uns meses porque estava sem dinheiro (risos).
O streaming está a “matar” ou a “salvar” a música?
JM: No ponto de vista de um ouvinte penso que “salve” (se bem que em nenhum dos casos pense que salve ou mate), contudo, acredito que nenhum ouvinte se queixe da existência do streaming devido à facilidade com que nos permite ouvir o que já conhecemos e descobrir algo novo. Acredito que existam artistas com algo de mau a apontar ao streaming, da mesma maneira que apontaram ao CD e posteriormente ao mp3.
MV: Não sou um grande apoiante de nenhuma das frentes desta guerra que se foi gerando. Todos os formatos nasceram numa determinada época e devem ser respeitados e utilizados consoante a necessidade, possibilidade e gosto de cada um. Também não percebo o porquê de a chegada de novos métodos de reprodução terem que acabar com outros posteriores à actualidade… 
TP: Nem um nem outro. É mais um meio de difusão da música.
Qual o disco da vossa vida?
JM: Jimi Hendrix: Axis: Bold as Love; The Beatles: Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
JP: Nine Inch Nails – The Fragile
MV: Não sei destacar preferências entre os meus favoritos… um álbum para mim intemporal, com uma excelente performance, é o Roseland NYC Live de Portished.
TPThe Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, do David Bowie
Rap: Pink Floyd – The Dark Side Of The Moon
Qual o último disco que vos deixou maravilhados?
JM: BADBADNOTGOOD: IV
JP: Porcupine Tree – Fear of a Blank Planet
MVAQUARIA, do artista e produtor BOOTS.
TPProcess, de Sampha. 
O que andam a ouvir de momento/Qual a vossa mais recente descoberta musical?
JM: HOMESHAKE
JP: BadBadNotGood
MV: Mndsng
TP: Fourplay, os álbuns Heartfelt e Let's Touch the Sky
Rap: Sports
Qual a situação mais embaraçosa que já vos aconteceu num concerto?
JP: O tripé do meu Ride caiu por cima da bateria. Mas felizmente consegui reagir bem à situação!
MV: Esquecermo-nos da banda para quem estamos a abrir durante a parte dos agradecimentos.
TP: O assistente técnico vir ao palco reposicionar um prato da bateria e tropeçar no meu jack de amplificador, desligando-o... Demorei um bocado até perceber o que se passava.
Com que músico/banda gostariam de efectuar um dueto/parceria?
JM: Peter Sagar.
JP: Radiohead 
MV: Boogarins
TP: Connan Mockasin
Rap: Brian Wilson
Para quem gostariam de abrir um concerto?
JM: Boogarins.
JP: Radiohead
TP: Connan Mockasin
Rap: Pond
Em que palco (nacional ou internacional) gostariam um dia de actuar?
JM: Palco ATP do Primavera no Porto.
JP Paredes de Coura.
MV: Paredes de Coura.
TP: A nível nacional, Paredes de Coura
Rap: Primavera Sound Porto/Barcelona
Qual o melhor concerto a que já assistiram?
JP: Nine Inch Nails em Oslo. 
MV: O mais marcante talvez tenha sido Machine Head no Rock in Rio, com 14 anos de idade, mais de 10 vezes crowdsurfing… velhos tempos. Depois deste grande evento, provavelmente Snarky Puppy no KOKO pela primeira vez em Londres.
TP: Meshuggah, Vagos Open Air 2010 ou Snarky Puppy, Paradise Garage 2016. 
Que artista ou banda gostavam de ver ao vivo e ainda não tiveram oportunidade?
JM: Radiohead
JP: Radiohead
MV: Estou desejoso para ver Aphex Twin este ano. 
TP: Jacob Collier
Rap: BBNG
Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de terem nascido) em que gostariam de terem estado presentes?
TP: Kyuss 1995, Bizarre Festival. 
Rap: Um qualquer dos Pink Floyd.
Qual o vosso guilty pleasure musical?
JM: Taylor Swift- “Shake it Off” e Drake- “Old On We’re Going Home”
JP:  Rednex - “Cotton Eye Joe”
MV: Mark Ronson ft. Bruno Mars- “Uptown Funk”
TP: Fall Out Boy
Rap: Smash Mouth - “All Star”
Projectos para o futuro?
JP: Sermos reconhecidos nacionalmente e depois internacionalmente como banda e músicos.  
MV: Viajar, com a banda de preferência, e não me preocupar com renda para pagar. Parece pedir demais.
TP: Levar os Indian Rubber a cada vez mais palcos e divulgar ainda mais a nossa música. 
Rap: Dar muitos concertos por Portugal e se possível pelo Mundo fora.
Que música gostariam que tocasse no vosso funeral?
Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.
O EP le voyage, encontra-se para escuta e download legal através da plataforma Bandcamp.


Apresentamos agora o novíssimo single "Dazed".

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