O quinteto brasileiro Riviera embarca numa aventura de rock alternativo cantado em português. Preparam-se para editar novo disco que sucederá ao EP Somos Estações. Os Riviera são: Rapha Garcia (baixo), Pedro Theodoro (bateria), Vinícius Coimbra (guitarra, voz), Rafa Giácomo (guitarra, voz) e Breno Machado (guitarra, voz). "Viajamos" até Minas Gerais para conhecer melhor esta banda que promete dar que falar, em mais uma edição das "Conversas d'Ouvido"...
Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Rapha Garcia (RG): Com todos nós, isso vem desde criança, muito por influência dos pais, parentes ou amigos de escola. Mas acredito que não escolhemos a música: ela é que nos escolhe.
Como surgiu o nome Riviera?
RG: O nome Riviera surgiu da cabeça de Vinícius Coimbra, que queria descrever a sonoridade através das características de uma riviera: No geral, tudo é bonito e bem acabado. Mas quando chega-se perto, começa-se a observar vários detalhes que dão uma profundidade e uma dramaticidade muito maior do que se enxergava. Como costumamos dizer, são as “imperfeições perfeitas”.
Encontram-se a preparar o sucessor do EP “Somos estações”, já podem levantar o véu sobre o que podemos esperar?
RG: Podemos adiantar algumas coisas sim! Vai ser um disco bem mais pesado que o Somos Estações, mas ao mesmo tempo, vai ser bem mais experimental e menos “orgânico”. Vamos ter mais sons sintetizados, porém, sem deixar os drives de lado. Sem falar que teremos participações especiais de artistas que fazem parte da história da Riviera (como o André, da banda Alaska, por exemplo).
Como gostam de descrever o vosso estilo musical?
RG: Geralmente dizemos que somos uma “Banda de rock, cantado em português”, justamente para não criar limites sonoros. Gostamos de explorar tudo aquilo que aparece pra gente como referência. E é justamente esse somatório indefinível de referências se chama “Riviera”.
Para além da música, têm mais alguma grande paixão?
RG: Todos nós temos diferentes paixões além da música, como fotografia, família, viagens, até mesmo montar Lego! Mas a grande verdade é que a música, mais precisamente a NOSSA música, é a grande paixão em comum entre os 5 integrantes da Riviera.
Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
RG: Todos nós sabemos muito bem como funciona o universo da música, então topamos essa jornada muito conscientes de todos os tipos de investimentos (não vamos chamar de “desvantagens”) que iríamos fazer. Mas, sem dúvida, a maior vantagem é você fazer um trabalho que outras pessoas ouvem, se identificam e você passa a se tornar relevante na vida delas. Tudo se paga quando recebemos uma mensagem de agradecimento ou de elogio por um trabalho que fazemos sempre com muito carinho e dedicação.
Quais as vossas maiores influências musicais?
RG: Todos nós temos variadas influências musicais, que vão de Blink-182 até Slayer! Mas se precisasse citar cinco bandas que sejam as influências mais recorrentes atualmente na sonoridade da Riviera, diria INCUBUS, DEFTONES, A PERFECT CIRCLE, SILVERCHAIR e MUTEMATH.
Como preferem ouvir música? CD, Vinil, K-7, Streaming, leitor mp3?
RG: Atualmente, até mesmo por conta da praticidade, ouvimos música por Streaming. O Spotify é unanimidade entre todos nós. Mas todos nós temos uma grande coleção de CD's e Vinis em casa!
O streaming está a “matar” ou a “salvar” a música?
RG: Isso é um paradoxo. Para artistas pequenos como nós, o streaming está a salvar, porque não vivemos prioritariamente da venda da nossa música (ainda). Hoje podemos ser facilmente incluídos em uma playlist aí em Portugal, por exemplo! Por outro lado, para artistas maiores, que têm a venda de discos como grande fonte de renda, a tendência é ele perder rendimentos por conta do streaming. Mas eu, particularmente, vejo como uma grande ferramenta de divulgação, que me permite conhecer artistas que eu nem sequer imaginaria a existência.
Qual o disco da vossa vida?
RG: Praticamente impossível citar um disco só, mas um disco que mudou a minha forma de enxergar a música foi o “Metropolis Pt.2: Scenes From A Memory” -Dream Theater.
Vinícius Coimbra (VC): Apesar de amar Incubus e ter escutado tudo deles até cansar, acredito que o disco que mais foi relevante pra minha vida e carreira musical foi o Diorama - Silverchair
Rafa Giácomo (R.Giácomo): Para mim, o disco da minha vida é o Nevermind - Nirvana.
Pedro Theodoro (PT): Quando a vida está ruim, sem dúvidas, é o Pinkerton - Weezer. Nada como guitarras distorcidas e letras mais ainda. Quando está boa, vou de qualquer um dos Blink-182.
Breno Machado (BM): O disco que se mantém mais atual para mim, com relação a influências e etc. é o Hybrid Theory, do Linkin Park. A mistura de estilos mais equilibrada que eu já vi.
Qual o último disco que vos deixou maravilhados?
RG: Sem sombra de dúvidas, pra todos nós foi o novo do Incubus, com menção honrosa para o novo do Jamiroquai!
O que andam a ouvir de momento/Qual a vossa mais recente descoberta musical?
RG: Como finalizamos o processo de composição do novo disco, estávamos totalmente imersos em referências e descobertas musicais muito interessantes como Closure In Moscow, The Dear Hunter, Oceansize, I Am Giant, Thrice, My Vitriol, Young Guns, Skyharbor… são tantas coisas novas!
Para quem gostariam de abrir um concerto?
RG: Adoraríamos abrir concertos de grandes bandas que influenciam nosso som, como Muse, Incubus, Deftones, Radiohead, entre outras!
Em que palco (nacional ou internacional) gostariam um dia de actuar?
RG: Rock In Rio talvez seja uma unanimidade entre todos nós! Mas a verdade é que gostaríamos de tocar em todos os festivais grandes do mundo: Rock In Rio, Download Festival, NOS Alive, Lollapalooza e por aí vai. Sem deixar de lado os grandes festivais nacionais como João Rock, Bananada, Abril Pro Rock, MADA, Goiânia Noise, Porão do Rock, Circadélica, entre outros.
Qual o melhor concerto a que já assistiram?
RG: Sem dúvidas foi Foo Fighters em Belo Horizonte, onde pude conhecer toda a banda e assistir o show do backstage.
VC: Com certeza do The Reign of Kindo (uma no RJ, na primeira vez deles e outra em Belo Horizonte)
R.Giácomo: Por motivos óbvios, foi o show do Foo Fighters, em BH! https://www.youtube.com/watch?v=KLATeR997p4
PT: Sum 41 no Brasil. Não foi o melhor musicalmente, mas foi o que eu mais participei de mosh, é isso que importa.
BM: Rammstein no Maximus Festival. De som, performance, conceito... tudo com qualidade alemã e tanta pirotecnia que eu precisei passar filtro solar!
Que artista ou banda gostavam de ver ao vivo e ainda não tiveram oportunidade?
RG: o único que realmente faço questão, mas ainda não pude realizar o sonho de ver ao vivo é o Blink-182, que nunca veio ao Brasil!
VC: Nossa, são tantas, mas acho que por agora gostaria demais de ver o Mutemath ao vivo.
VC: Nossa, são tantas, mas acho que por agora gostaria demais de ver o Mutemath ao vivo.
R.Giácomo: Quero muito assistir a um show do Muse ao vivo!
PT: Tem uma moça nova no pedaço, a K.Flay, que sou doido pra conhecer e assistir ela tocando ao vivo. Inclusive, recomendo! É uma espécie de Lorde punk.
BM: Com minhas influências atuais, definitivamente Jamiroquai. O que esses caras fizeram no último álbum não é pra qualquer um.
Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de terem nascido) em que gostariam de terem estado presentes?
RG: Rock In Rio de 2001 ou algum dos shows da “Pop Disaster Tour”, onde Green Day e Blink-182 se apresentaram juntos.
VC: Gostaria de ter ido no Rock in Rio de 2001.
R.Giácomo: Queria ter visto qualquer show do Led Zeppelin em sua formação original.
PT: Sou fã do Danger Mouse e do James Mercer, e daria tudo pra ter visto eles ao vivo na turnê do primeiro disco do Broken Bells.
BM: Where The Light Is do John Mayer. Uma obra de arte, da primeira até a última música.
Qual o vosso guilty pleasure musical?
RG: o meu guilty pleasure (que nem é tão “guilty” assim) é a banda Chicago! Uma verdadeira aula de arranjos orquestrados e trabalho vocal!
VC: Eu sou o rei do Guilty Pleasure. Gosto de tanta coisa diferente, mas se for pra dizer um só, eu digo com toda certeza: Lifehouse
R.Giácomo: não tenho, necessariamente, um guilty pleasure.
PT: São tantos, mas tantos, que nem considero guilty mais. Já transcendi para uma nova fase em que aceito a música de todas as formas... Respondendo a pergunta, sou um Katycat. Serve?
BM: Não acho que deveria existir tal coisa mas já que é pra falar algo inusitado... Eu gosto muito de Jorge e Mateus (dupla sertaneja brasileira). Fazer o quê? Belas melodias!
Projectos para o futuro?
RG: A cada seis meses, a Riviera faz uma reunião exclusivamente para traçar ações e metas “executáveis” para o semestre. No início do ano, nos propusemos a focar exclusivamente na concepção do sucessor do “Somos Estações”. Até ao fim de junho, vamos estar com o disco em mãos e, além de um show especial de lançamento, vamos fazer uma série de shows de divulgação pelo Brasil fora (quem sabe não desembarcamos em Portugal também?).
Que pergunta gostariam que vos fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
RG: A pergunta é essa: “Vocês gostariam de tocar no NOS Alive ‘17?”
E a resposta seria: “CLARO! Já podemos arrumar nossas malas?”
E a resposta seria: “CLARO! Já podemos arrumar nossas malas?”
Que música gostariam que tocasse no vosso funeral?
RG: No meu funeral, gostaria que tocasse "The Spirit Carries On" - Dream Theater.
VC: Não sei se gostaria de ter música no meu funeral, mas acho que "Asylum" - Silverchair.
R.Giácomo: qualquer música, desde que seja ROCK!
PT: Blur - The Universal". Pra todo mundo sair de lá com uma reflexão positiva, pelo menos. Eita música bonita não é mesmo?
BM: Fico em dúvida em "Fell On Black Days" - Soundgarden ou "No Woman No Cry" - Bob Marley.
Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.
RG: A Riviera é que agradece o carinho e o espaço para divulgarmos o nosso trabalho! Esperamos nos encontrar em breve por aí!
Terminamos ao som do single "Do Céu ao Mar", que conta com a participação especial de André Ribeiro (Alaska) .
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