domingo, 6 de agosto de 2017

Conversas d'Ouvido com Raquel Reis


Entrevista com a cantora e compositora brasileira Raquel Reis, que se apresenta ao mundo com uma suave voz envolta numa sonoridade que permuta entre o folk, a MPB e o rock. Recentemente participou na edição brasileira dos misteriosos Sofar Sounds e prepara-se para lançar o seu debut Quitinete. Retornamos ao nosso país irmão, para mais um descontraído "bate-papo", onde falamos de influências, outras paixões, embaraços e projectos para o futuro. Por tudo isto, esta edição das "Conversas d'Ouvido" é imperdível...


Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Raquel Reis: O gosto pela música vem desde muito pequena dos meus pais, que colocavam Beatles como canção de ninar (embalar). A paixão foi a partir dos 12 quando comecei a aprender violão com meu primeiro professor Dennis Novaes. E a certeza de que é o que eu mais amo fazer na vida foi na apresentação do Sofar Sounds em Maio desse ano.

Como gostas de descrever o teu estilo musical?
Meu estilo musical é uma mistura de influências do que eu escuto, acho que se encaixa desde o rock alternativo ao MPB e Folk.

Podes apresentar-nos os músicos que te acompanham nesta jornada?
Minha querida banda que me acompanha em todo canto é formada por Gabriel Migão na Guitarra, Zé Assumpção no Baixo e Marcos dos Santos na Bateria.

Preparas-te para editar o teu debut “Quitinete”, já podes levantar um pouco o véu sobre o que podemos esperar?
Um convite para se sentir em casa, dentro das lembranças de saudade. É defintivamente um disco sobre o amor e saudade, em todas as suas fases.

Para além da música, tens mais alguma grande paixão?
Minha outra paixão é o cinema e a fotografia, que me fazem enxergar o mundo de outra forma.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
Acho que a maior vantagem e fruto de ser músico é poder externar seus sentimentos e conectar pessoas com a sua história, e isso definitivamente supre qualquer desvantagem de estar nesse meio.

Quais as tuas maiores influências musicais?
Minhas maiores influências musicais são Cícero, Los Hermanos, Rubel, Phill Veras e Matty Corby.

Conheces alguma coisa da música portuguesa?
Não conheço, mas amo a culinária portuguesa!

Como preferes ouvir música? Cd, vinil, k-7, streaming, leitor mp3?
Streaming pela praticidade e CD pela paixão pelos encartes.

O streaming está a “matar” ou a “salvar” a música?
Em minha opinião salvar, pois é um meio de conectar mais pessoas a sua música, e isso é muito precioso. Mas nada pra mim substitui comprar um disco e poder ver todo o carinho envolvido na produção. Eu amo ler os agradecimentos no encarte, e essa sensação de proximidade é insubstituível.

Qual o disco da tua vida?
The Pilgrim do Gustavo Bertoni e Pitanga da Mallu Magalhães.

Qual o último disco que te deixou maravilhada?
Difícil dizer só um, mas os mais recentes que mexeram muito comigo foram:
Apego - Lutre
Outro Eu – OutroEu
Songs of Wood & Fire – M O O N S

O que andas a ouvir de momento/Qual a tua mais recente descoberta musical?
A minha maior recente descoberta foi o Keaton Henson, e a banda 3:33.
Além disso ando ouvindo os amigos da minha cidade que fazem um som de coração, Kelton, Augusta, Tiju, Profissão de Urubu, O Tarot, Ellefante, Adriah, Lista de Lily, etc

Qual a situação mais embaraçosa que já te aconteceu num concerto?
Quando eu errei a posição do capotraste de uma das músicas no show, mudando todo o tom da música. Ainda bem que minha banda é incrível e com pouco tempo consertamos toda a situação. Na época eu tive que começar a música de novo, mas tudo bem, hoje em dia virou uma boa história pra se lembrar (e rir).

Com que músico/banda gostarias de efectuar um dueto/parceria?
Meu sonho seria fazer uma parceria com o Cícero, ele é uma das minhas maiores referências.

Para quem gostarias de abrir um concerto?
Los Hermanos e Cícero.

Em que palco (nacional ou internacional) gostarias um dia de actuar?
Acho que o meu maior sonho de todos é tocar um dia no Lollapalooza!

Qual o melhor concerto a que já assististe?
Los Hermanos em 2015.

Que artista ou banda gostavas de ver ao vivo e ainda não tiveste oportunidade?
Definitivamente gostaria de ver um show do Matty Corby!

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostarias de ter estado presente?
Gostaria muito de ter assistido um dos shows da Cássia Eller.

Qual o teu guilty pleasure musical?
Atualmente o disco inteiro da Pabllo Vittar (que pra mim é incrível!)

Projectos para o futuro?
Lançar o “Quitinete” e tocar no máximo de lugares possíveis pelo Brasil, conhecendo pessoas incríveis pelo caminho.

Que pergunta gostarias que te fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
Porque seu primeiro álbum vai ser intitulado Quitinete? Por ser o espaço onde eu mais me sinto bem no mundo, onde só cabem duas pessoas com seus corações e histórias.

Que música de outro artista, gostarias que tivesse sido composta por ti?
Acho que três das músicas mais bonitas que eu já ouvi na vida:
"Trovoa" do Maurício Pereira, "Quadro Verde" do Rubel e "Pode Vir Comigo" do Phill Veras

Que música gostarias que tocasse no teu funeral?
"Pois é" dos Los Hermanos, "Quadro Verde" do Rubel e "Trovoa" do Maurício Pereira.

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.

Ficamos agora ao som do belíssimo single "Vermelho", em formato acústico.

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