domingo, 11 de fevereiro de 2018

Conversas d'Ouvido com Dolphinkids

Entrevista com os Dolphinkids, banda brasileira proveniente de São Paulo, cuja sonoridade vagueia entre o synth e a dreampop. Actualmente em formato trio,  são compostos por Larissa Braga (voz), João Irente (sintetizadores) e Pedro Ponce (baixo, guitarra). Em 2016 gravaram o EP "Bluebird", este ano planeiam a edição de um novo EP, que está prestes a ver a luz do dia e que serviu de mote a esta conversa. Como é habitual não ficamos por aí e falamos sobre outras paixões, influências musicais, discos de uma vida e projectos futuros. Tudo isto e muito mais para descobrirem neste novo lançamento das "Conversas d'Ouvido"...


Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
João (J): Desde criança meus pais sempre me incentivaram a aprender novos instrumentos. O Pedro é o mesmo caso, toca desde novo e cursou Produção Musical na faculdade. A Larissa sempre acabou se envolvendo com música por causa da família, o irmão dela trabalha com bandas e eventos.

Como surgiu o nome Dolphinkids?
J: Não temos nenhuma fixação por golfinhos ou algo do tipo, só queríamos um nome que tivesse certa estética. Dolphinkids fica muito bonito escrito em algum poster ou camiseta e soa bem cool… além disso, sempre quis que minha banda ficasse próxima das bandas que eu gosto na biblioteca do Spotify: Daft Punk, David Bowie, Deftones, Dillinger Escape Plan.

Actualmente encontram-se a trabalhar num futuro EP, já podem levantar um pouco o véu sobre o que podemos esperar?
J: Estamos nos últimos ajustes do EP, 99% completo. Nele buscamos uma sonoridade mais orgânica do que no anterior, agora que o Pedro toca guitarra e baixo nos shows. Também compusemos em português pela primeira vez.

Um dos vossos mais recentes singles “Vazio” é cantado em português, é uma experiência para repetir ou sentem-se mais confortáveis cantando em inglês?
J: Compor em inglês sempre parece o caminho mais natural, uma vez que quase todas as bandas do género que nos inspiramos cantam nessa língua. Acontece que estamos tentando uma conexão maior com o público e com a composição em português nosso projeto se torna muito mais único, sendo assim provavelmente iremos compor muito mais em português daqui pra frente!

Como gostas de descrever o vosso estilo musical?
J: Synthpop, Dreampop, Indietrônica.

Para além da música, têm mais alguma grande paixão?
J: Eu e a Larissinha amamos praticar yoga.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
Larissa (L): Para mim a maior desvantagem é a instabilidade, principalmente quando não se é um músico de eventos ou contratado, quando o “sucesso” de um projeto é incerto.

Quais as tuas maiores influências musicais?
J: Minha maior influência como compositor é todo o trabalho do Trent Reznor, algo que está bem percetível nesse novo EP. Sempre me deixo levar por compositores de música eletrónica que agem mais como engenheiros de som do que como músicos: Gary Numan, deadmau5, Flying Lotus, Noisia. A Larissa tem um background mais pop quando compondo pros Dolphinkids, apesar de pegar muita influência de vocalistas alternativas como Björk e Sóley. O Pedro vem de uma cena mais puxada pro indie rock/rock alternativo: Muse, The Killers, Smashing Pumpkins… Acho que é esse “conflito” de influências que faz nossa música ser o que é.

Como preferes ouvir música? Cd, vinil, k-7, streaming, leitor mp3?
J: Gosto muito de ter uma coleção de Cd's ou Vinis, mas pelo valor e pela praticidade só ouço em streaming, meu Spotify fica ligado mais de 12 horas por dia.

Qual o disco da vossa vida?
L: Rodrigo Amarante – "Cavalo"
J: Se for pra escolher apenas um eu escolheria "The Fragile" do Nine Inch Nails, o trabalho é uma obra prima em todos os aspectos.

Qual o último disco que vos deixou maravilhados?
L: Sóley – "Endless Summer"
J: The Chariot – "One Wing"

O que andas a ouvir de momento/Qual a tua mais recente descoberta musical?
L: Atualmente estou ouvindo muito João Gilberto, Tom Jobin… só samba antigo e triste.

Qual a situação mais embaraçosa que já te aconteceu num concerto?
J: Tocar um cover improvisado de última hora em parceria com um amigo nosso que nunca havia cantado com a gente antes.

Com que músico/banda gostariam de efectuar um dueto/parceria?
J: Nós temos alguns amigos da cena indie de São Paulo que estão nos nossos planos de parceria, ainda tem que rolar uma música com o Walfredo em Busca da Simbiose, com nosso amigo MASM, com a Geo e a YMA também!

Para quem gostariam de abrir um concerto?
J: Grimes ou Aurora!

Em que palco (nacional ou internacional) gostarias um dia de actuar?
J: Coachella, claro!

Qual o melhor concerto a que já assistiram?
L: Foi um show de Korn em 2016, porque é minha banda favorita
J: Acredito que foi um show dos Deftones em 2015, tirando a chuva foi o melhor que já fui.

Que artista ou banda gostavam de ver ao vivo e ainda não tiveram oportunidade?
L: Muitos, mas Björk no topo da lista.
J: Run the Jewels, acompanho a banda desde sua criação e eles nunca vieram pro Brasil.

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostarias de ter estado presente?
J: Woodstock ’94

Têm algum guilty pleasure musical?
L: Funk Proibidão
J: Vários, mas me julgo muito por ser fã de Mr. Oizo

Projectos para o futuro?
J: Logo após o lançamento do EP já começa nosso trabalho no álbum! Ainda tenho interesse de participar na organização de algum festival indie de SP.

Que pergunta gostarias que te fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
J: “Por que o Pedro entrou na banda?” - Porque precisavamos de uma barba. (risos)

Que música de outro artista, gostarias que tivesse sido composta por vocês?
J: Two Door Cinema Club – "What You Know"

Que música gostariam que tocasse no vosso funeral?
J e L: Vanessa da Mata – "Boa Sorte"

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.

Antes de terminarmos, apresentamos os vídeos de "Falling" e "Vazio", gravados ao vivo na Lavanderia Session...



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