sábado, 29 de dezembro de 2018

Conversas d'Ouvido com Suco de Lúcuma

Entrevista com Suco de Lúcuma, banda proveniente de São Paulo e composta por Carlos Bechet (voz, guitarra), Thom Bonatto (voz, guitarra), Felipe Pizzutiello (baixo) e Vicente Pizzutiello (bateria). Uma alucinação de rock psicadélico; entre as maiores influências encontramos, os nomes de Pink Floyd, Talking Heads, Mac DeMarco e Childish Gambino. Recentemente apresentaram ao mundo o primeiro single "Ausência", que antecipa a edição do debut, ainda sem data de lançamento. A única data certa é 29 de Dezembro de 2018 e assinala no calendário a estreia dos Suco de Lúcuma nas "Conversas d'Ouvido"...


Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música? 
Suco de Lúcuma: Acreditamos que a paixão sempre existiu e que ao longo da nossa infância, quase inconscientemente, essa paixão foi se tornando mais evidente até que em um momento se materializou num instrumento.

Como surgiu o nome Suco de Lúcuma?
Carlos Bechet (CB): Surgiu a partir de várias coincidências. Uma música de uma banda de rock psicodélico argentina chamada Invisible (L.A. Spinetta), que se chama "Jugo de Lucuma", que eu gostava muito quando era novo. A lúcuma é uma fruta andina rara, que me traz uma sensação de infância muito grande. É um sabor afastado de mim, desde que vim para São Paulo. Então Suco de Lúcuma também representa a mistura de todas as influências mais honestas da infância, do contato inicial com a arte, junto com as contemporâneas.

Lê-mos que a banda surgiu do desconforto, face à elitização da música, queres explicar-nos a que se referem com esse conceito?
CB: O que eu quis dizer com elitização, é realmente a padronização dos conceitos artísticos nas escolas de música e no círculo social que eu estava quando comecei a Suco de Lúcuma. Eu sentia que para ser respeitado e considerado artista, eu devia passar por certas etapas, fases, estilos e maneiras de pensar pré-definidos. O fato de eu não conseguir executar algumas delas e não querer fazer algumas outras me fazia sentir culpado e muito desconfortável. Então as ideias apresentadas no Suco de Lúcuma surgiram como resposta a esse desconforto. 

Planeiam a edição do disco de estreia no próximo ano, já podem antecipar um pouco o que podemos esperar?
O conceito do disco também passou por suas próprias descobertas e está na etapa final de produção e mixagem. Será uma obra de 14 faixas nas quais a gente transita entre texturas psicodélicas e batidas de neo-soul e hip-hop. As composições e as letras do disco foram influenciadas por técnicas surrealistas e por conceitos de artistas como Alejandro Jodorowsky, Julio Cortázar, William Burroughs, David Lynch, Julia Cameron, entre outros. 

Quais as vossas maiores influências musicais?
Individualmente temos muitas, então vamos citar alguma que utilizamos no conceito da banda. Pink Floyd, CAN, Roy Ayers, Talking Heads, Hiatus Kaiyote, D’Angelo, Mac DeMarco, Homeshake, Childish Gambino.

Como gostam de descrever o vosso estilo musical?
Não temos muita certeza, mas na tentativa atual temos “rock neo-psicodélico” como de grande compatibilidade.

Conhecem alguma coisa da música portuguesa?
Muito pouco, lamentavelmente.

Para além da música, têm mais alguma grande paixão?
Cinema e literatura.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
Só há vantagem.

Como preferem ouvir música? Cd, vinil, k-7, streaming, leitor mp3?
A gente ouve mais via streaming ou vinil, mas achamos que mais importante do que a mídia, é o fato de ouvir num lugar com boa acústica e equipamentos, seja estúdio ou de fones.

Qual o disco da vossa vida?
CB: Acho que vou ter que falar: “Artaud”, do Pescado Rabioso (Spinetta)
Thom Bonatto (TB): “Songs in the Key of Life” (Stevie Wonder)
Qual o último disco que vos deixou maravilhados?
CB: "Fresh Air" (Homeshake)
TB: "Like a Baby" (Jerry Paper)

Qual a vossa mais recente descoberta musical?
Jerry Paper

Qual a situação mais embaraçosa que já vos aconteceu num concerto?
Caiu a luz bem no início de um show que já estava atrasado.

Com que músico/banda gostariam de efectuar um dueto/parceria?
Catavento, Carne Doce, Boogarins.

Em que palco (nacional ou internacional) gostariam um dia de actuar?
Curtimos muito o line-up do Lollapalooza 2019.

Qual o melhor concerto a que já assistiram?
O mais recente foi Anderson Paak, em São Paulo, neste ano.

Que artista ou banda gostavam de ver ao vivo e ainda não tiveram oportunidade?
Tyler, the Creator.

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de terem nascido) em que gostariam de terem estado presentes?
CB: Eu queria ter ido a alguma festa no UFO Club, bar de Londres, quando tocavam Pink Floyd e Soft Machine. 
TB: Eu queria estar em Londres em algum telhado próximo da gravadora Apple, assistindo o último show dos Beatles em 69.

Têm algum guilty pleasure musical?
Não temos resposta definida.

Projectos para o futuro?
Já estamos com ideias para músicas do próximo disco. No começo de 2019 vamos começar a trabalhar a produção do nosso primeiro clipe.

Que pergunta gostarias que vos fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta?
Qual nosso pet favorito ou se a banda possui um mascote. R: Sim, tem um cachorro que sempre está no estúdio com a gente, Mayos. :)

Que música de outro artista, gostariam que tivesse sido composta por vocês?
"Jugo de Lucuma" (L.A. Spinetta)

Que música gostariam que tocasse no vosso funeral?
Nao temos uma resposta definida para isso ainda.

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.

Terminamos ao som dos Suco de Lúcuma e do single de estreia "Ausência"

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