BLITZ 30 Anos

O Ouvido Alternativo esteve presente na celebração dos 30 anos da(o) revista/jornal Blitz e conta-vos tudo.

A noite começou ao som de novos talentos da música nacional, o primeiro a subir ao palco foi Valter Lobo, que nos apresentou segundo o próprio uma série de canções tristes, que o ouvido alternativo muito apreciou:

Seguiu-se o nortenho Elias que nos trouxe uma folk bem disposta com subtilezas de música tradicional portuguesa, aprovado:

  

David Pessoa trouxe-nos uma influência tão grande de estilos, que se torna difícil de o definir, apesar de empenhado não conseguiu por a plateia a vibrar:

Entretanto entra em palco João Caetano, e tudo se transformou, nascido em Macau actualmente a viver em Inglaterra, prepara-se para editar o seu primeiro álbum a solo, e promete tanto. Aquele palco ficou reduzido a pouco mais de um metro quadrado de emoção, sentimento e uma voz incrível, fortemente influenciado pela música popular/tradicional portuguesa e com umas nuances de fado. Acompanhado por três músicos e pela sua própria percussão ora através de uma caixa de som ora através de sons obtidos pelo próprio corpo. Artista maior desta celebração que será acompanhado e seguido com atenção pelo ouvido alternativo. 

E eis que chega a hora de um dos nomes mais aguardados, Capitão Fausto, trazem-nos uma setlist que poucos esperariam, onde ficou de fora por exemplo o sucesso "Teresa", e uma sonoridade no mínimo diferente daquela que nos apresentam em álbum, foi mau? De maneira alguma, foi diferente, psicadélico, intenso. Se havia alguém que estava à espera de ouvir um pouco dos álbuns, ficou desiludido, se estavam à espera de ser surpreendidos e ouvir algo mais do que uma simples reprodução do som gravado em estúdio então ficaram rendidos, tal como nós. Subiram e muito na consideração do ouvido alternativo.

   

Em clima de festa e celebração assistimos à reunião dos Sétima Legião, verdadeira instituição do pop-rock português que marcaram a década de 80 e que bem que soube voltar atrás no tempo e recordar, não faltaram os "Sete Mares" e "Por Quem Não Esqueci" e ainda houve tempo para uma versão de "Atmosphere" dos Joy Division.

A festa estava quase no fim mas ainda houve tempo para subir ao palco Lisbon Kid projecto, denominado segundo os próprios de electrónica acústica alternativa, após actuarem em formato DJ set no átrio do São Jorge, actuaram em formato Live Act no grande auditório. Não deslumbraram mas também estavam algo deslocados tendo em conta o resto do cartaz.

Flak, pseudónimo de João Pires de Campos, membro fundador dos Rádio Macau e Micro Audio Waves foi o senhor que se seguiu.

É altura de subir ao palco a banda surpresa que a Blitz tinha anunciado com "secretismo" e tratava-se nada mais nada menos do que A Bunch Of Meninos, Dead Combo, banda maior do circuito musical português, que dispensam apresentações. O altar foi montado e a dupla Tó Trips, Pedro Gonçalves ofereceram como habitual um concerto intenso e deslumbrante, um dos projectos predilectos do ouvido alternativo.

A festa chegou ao fim, balanço extremamente positivo, mistura de novos projectos com nomes consagrados do panorama musical nacional, o ouvido alternativo continuará atento à boa música que se faz no nosso país. Parabéns Blitz e votos de longevidade.