quinta-feira, 29 de junho de 2017

Conversas d'Ouvido com Sarah Abdala


Entrevista com Sarah Abdala, cantora e compositora brasileira, proveniente de Goiás. Em 2011, venceu o concurso "Geleia do Rock", em 2014 editou o seu debut a solo, Futuro Imaginário, onde colaborou com Dado Villa-Lobos (Legião Urbana). Este ano, com o carimbo da Rock It!, editou o seu segundo álbum Oeste, disco que segundo Sarah surge despido de grande artefactos, onde o foco principal está na canção. Voltamos a embarcar com destino ao Brasil, para a conhecermos melhor em mais uma edição das "Conversas d'Ouvido"...

Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Sarah Abdala: Desde pequena me vi apaixonada por música. Com 6 anos comecei minha iniciação musical com aulas de piano, depois violão, guitarra e assim foi! 
Sempre fui encantada por esse universo. 

Sentiste que a vitória no programa “Geleia do Rock”, impulsionou a tua carreia, ou o impacto foi menor do que imaginaste?
O Geleia foi um marco. A partir dali, estreitei muitos laços profissionais, comecei a aperfeiçoar a minha carreira e a saber melhor como funciona o “mercado da música” e como se produz um programa de tv. Nunca fui deslumbrada em achar que, por ser um programa de TV, as coisas iriam andar magicamente. 
Claro que você está exposta, meu trabalho chegou no Brasil inteiro. Mas sabia que duraria o tempo que o programa estivesse no ar. Então, para mim, o impacto foi o necessário para o que eu esperava. Principalmente pelos laços que fiz ali dentro, que foi o que realmente impulsionou a minha carreira. 

No teu primeiro disco tens uma participação especial no tema “Velho Filme”, como foi colaborar com Dado Villa-Lobos?
Foi muito especial, uma honra. O Dado é uma pessoa incrível, ele viabilizou a gravação do meu primeiro disco. Ter a participação dele nessa música, foi pra coroar a trajetória que o Futuro Imaginário teve. 

Editaste este ano o segundo disco a solo, “Oeste”, para quem ainda não o ouviu o que podemos esperar?
Oeste é um disco um pouco diferente de Futuro Imaginário. Eu queria contar uma história com Oeste, e acho que tô conseguindo. E não foi bem assim com Futuro Imaginário, que foi um disco onde reuni um monte de canções que já cantava há muito tempo.  Mas vale frisar que isso não o deixa menos importante. 
Esperem um disco com menos elementos, onde a canção é a base de tudo.  É ela que é a estrela do disco e que conta a minha história.  

Como gostas de descrever o teu estilo musical?
Tenho dificuldades em descrever isso. Pra sintetizar, digo que é um rock alternativo. Pode ser muita coisa. (risos)

Para além da música, tens mais alguma grande paixão?
Literatura.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
A maior vantagem é você trabalhar com criação dentro do universo musical. Você transcende! Produzir suas obras, ver elas criarem vida, e se conectarem com outras pessoas... Isso é mágico. 
Vida de músico não tem muita regra, tudo flutua, desde horário de trabalho à renda. Então, é viver na instabilidade sempre. Isso é chato. 

Quais as tuas maiores influências musicais?
Clássicos, como Janis Joplin, The Beatles, Johnny Cash, Elvis… 
Cat Power, Norah Jones, Gal Costa, Elis Regina, Julieta Venegas… 

Como preferes ouvir música? Cd, vinil, k-7, streaming, leitor mp3?
Adoro todas essas mídias. Tem que ter uma qualidade aceitável, sendo assim, pode ser qualquer uma. 

O streaming está a “matar” ou a “salvar” a música?
Não sei se ele está a matar ou a salvar. Não adianta problematizar muito isso, porque é essa a nova tecnologia que está aí, que é muito forte e que impõe um novo comportamento cultural. E será assim por algum tempo… o streaming só tende a crescer.
Temos de aprender a usufruir das melhores coisas que ele nos pode dar, seja como público ou artista. 

Qual o disco da tua vida? 
hm… tem alguns! Mas The Greatest - Cat Power foi um disco que marcou desde a primeira audição. 

Qual o último disco que te deixou maravilhado?
Musas - Natália Lafourcade 

O que andas a ouvir de momento/Qual a tua mais recente descoberta musical? 
O novo disco do Residente. Pleasure - Feist. What Now - Sylvan Esso. 

Qual a situação mais embaraçosa que já te aconteceu num concerto?
Hm… recentemente, um dos sintetizadores do show deu uma pane, minutos antes do show começar, e não funcionou o show inteiro. 

Com que músico/banda gostarias de efectuar um dueto/parceria?
Com Natália Lafourcade. 

Para quem gostarias de abrir um concerto? 
Adoraria abrir o show da Julieta Venegas. 

Em que palco (nacional ou internacional) gostarias um dia de actuar?
Adoraria tocar no Circo Voador - Rio de Janeiro e no Lunário - Cidade do México.

Qual o melhor concerto a que já assististe?
Nossa, que difícil! já vi tanta coisa boa. Mas teve um show aqui da Regina Spektor que foi muuuito lindo. Teve Feist também, apresentando Metals, foi incrível. 

Que artista ou banda gostavas de ver ao vivo e ainda não tiveste oportunidade?
Norah Jones, Natalia Lafourcade.

Qual o teu guilty pleasure musical?
Sandy e Júnior e Don Omar  

Projectos para o futuro?
Fazer novos clipes para as canções de Oeste, e levar o show para lugares que ainda não apresentei. Tem bastante trabalho para fazer com esse novo álbum. 

Que pergunta gostarias que te fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
Toda pergunta é bem-vinda. 

Que música de outro artista, gostarias que tivesse sido composta por ti?
"Metal Heart" - Cat Power 

Que música gostarias que tocasse no teu funeral?
Nenhuma. 

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.

Terminamos ao som do mais recente disco Oeste, que se encontra disponível para escuta através da plataforma Bandcamp.

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