quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Conversas d'Ouvido com Victor Cavalcanti

Entrevista com o cantor e compositor brasileiro Victor Cavalcanti. A sua música é muito mais que uma sonoridade, é pura arte, repleta de forte carga visual e uma estética assinalável. A música é a sua arma e a sua força, que se transforma e se funde em autêntica poesia audiovisual. Este ano editou Caos, um disco, uma mixtape, um livro digital, uma curta-metragem, tudo isto é "Caos" e tudo o que se segue é Victor Cavalcanti nas Conversas d'Ouvido...


Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Victor Cavalcanti: A música sempre foi uma constante pra mim, não consigo lembrar certinho, mas lembro que foi dentro da igreja que frequentava, ao ver todo domingo as pessoas cantando, me surgiu uma vontade de explorar isso. Aos poucos fui desenvolvendo isso.

Lemos algures que a música é uma espécie de arma, que utilizas para enfrentares os teus demónios. Podes contar-nos que demónios são esses?
Acho que, no geral, esses demónios são pensamentos ruins, daqueles que te fazem parar, que te tiram a perspectiva de vida. Sofri de depressão, por um bom tempo; para sair disso, digamos que “exorcizei” esses demónios.

Editaste este ano o álbum “Caos”, que é muito mais que um disco, para quem ainda não ouviu o que pode esperar?
Pode esperar um projeto artístico não apenas para ouvir, mas para assistir, interpretar e sentir.

A tua música reveste-se de forte carga visual, e os teus vídeos apresentam uma intensidade que nos prende, para ti a música é muito mais que uma sonoridade?
Certamente! Não consigo mais apenas ouvir música, preciso ver ela. Não apenas a música, mas a arte no geral precisa mexer com os sentidos, e acho que desta forma eu mexo com quase todos os sentidos.

Como gostas de descrever o teu estilo musical?
Uma mistura doida de indie, electrorock e rap.

Para além da música, tens mais alguma grande paixão?
Todo tipo de arte gráfica e audiovisual, isso me movimenta muito na hora de criar.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
Vantagem, poder compartilhar suas experiências da forma mais linda. Desvantagem é o fato inevitável de que você expõe seu mais íntimo.

Quais as tuas maiores influências musicais?
Tenho tantos, nossa! Mas no momento, Criolo, Beyoncé, Kanye West e Pabllo Vittar.

Como preferes ouvir música? Cd, vinil, k-7, streaming, leitor mp3?
CD! Gosto de pegar o encarte e ler a ficha técnica, acompanhar as letras, ver as fotos. Amo muito!

Qual o disco da tua vida?
Nevermind, Nirvana.

Qual o último disco que te deixou maravilhado?
The Life Of Pablo, Kanye West.

O que andas a ouvir de momento/Qual a tua mais recente descoberta musical?
Ando ouvindo bastante uma cantora chamada Flora Matos, estou amando o som dela.

Qual a situação mais embaraçosa que já te aconteceu num concerto?
Fiquei rouco, sem voz, um dia antes de um concerto, nem conseguia falar direito. Foi ruim! (risos) Mas consegui cantar, mudei o tom das canções, e ficou lindo, ficou muito bom.

Com que músico/banda gostarias ainda de efectuar um dueto/parceria?
Justin Timberlake.

Para quem gostarias de abrir um concerto?
Dua Lipa.

Em que palco (nacional ou internacional) gostarias um dia de actuar?
Lollapalooza.

Qual o melhor concerto a que já assististe?
Skrillex em 2015.

Que artista ou banda gostavas de ver ao vivo e ainda não tiveste oportunidade?
Dua Lipa.

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostarias de ter estado presente?
Michael Jackson, "Bad World Tour".

Tens algum guilty pleasure musical?
Não, gosto de tudo que escuto, sem vergonha de nada! (risos)

Projectos para o futuro?
Quero criar mais material para o projeto “Caos”, mais vídeos. Aguardem!

Que pergunta gostarias que te fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
O que faz antes de dormir? Tomo uma xícara bem grande de café, amo café!

Que música de outro artista, gostarias que tivesse sido composta por ti?
"Million Reasons", Lady Gaga.

Que música gostarias que tocasse no teu funeral?
"I Lived", OneRepublic.

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.
Hoje não terminamos só ao som de Victor Cavalcanti, mas também com a imagem, neste poderoso e intenso vídeo do projecto "Caos: Sobre coroas, livros e chaves"

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