Entrevista com a banda brasileira DEF, que estão de regresso com novo single, após um hiato de dois anos. Quarteto composto por Deborah (voz, guitarra), Dennis Santos (bateria, backing vocal), Duda Ribeiro (guitarra, voz) e Thales Costa (baixo). Envergam com orgulho a t-shirt do rock alternativo/post-rock, transportando a sonoridade dos anos 90, para a contemporaneidade. Em 2016 captaram a atenção com o EP de estreia, recentemente divulgaram o tema "Alarmes de Incêndio", que antecipa o futuro disco com edição prevista para este ano. Enquanto aguardamos a chegada desse dia, "regressamos" ao Brasil, para conhecermos melhor DEF, neste lançamento das "Conversas d'Ouvido"...
Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Dennis Santos (DS): Veio do tempo livre e dos sentimentos intensos.
Duda Ribeiro (DR): Sempre gostei e consegui me expressar dessa maneira.
Deborah (Deb): Eu admirava a forma com que os músicos conseguiam se expressar mesmo quando eram caras esquisitões, aí enxerguei ali uma forma de me expressar e me encontrar também.
Como surgiu o nome DEF?
Deb: Quando fomos gravar o primeiro EP, o Pedro Garcia nos perguntou qual era o nome da banda, e o Dennis sugeriu que usássemos o nome aleatório que eu usava para mandar as demos pra ele. Aí gostamos da sonoridade e acabou ficando. Na real, Def vem de Deborah F.
Após um hiato, estão de regresso com novo single, olhando para trás sentem que essa pausa alterou a vossa sonoridade?
DS: O conceito e a vibe das músicas não, a base disso tudo ainda se encontra na banda. Porém, é claro que com a entrada dos novos integrantes ficamos mais abertos a influências deles, com o tempo isso irá ganhar força e forma.
No próximo ano planeiam um novo disco, já podem antecipar alguma coisa, sobre o que podemos esperar?
Deb: Um disco mais inquieto, explosivo, que traduz bem o título do álbum. “Sobre os Prédios que Derrubei Tentando Salvar o Dia” foi escrito numa época bem intensa e foi o que fizemos de bonito de uma fase conturbada.
Quais as vossas maiores influências musicais?
DS: J-rock, rap, trap, indie rock
DR: Influências dos 2000, o indie, pop punk, pop um pouco de grunge...
Thales Costa (TC): Post-rock, grunge, indie.
Deb: Um pouco de tudo isso.
Como gostas de descrever o vosso estilo musical?
DS: Rock dos anos 90 repaginado pelas várias influências atuais.
Conhecem alguma coisa da música portuguesa?
Deb: Eu curto muito Linda Martini e recentemente conhecemos Toranja graças ao aleatório do streaming.
Para além da música, têm mais alguma grande paixão?
DS: Praia, skate e vídeo game.
DR: Desenhar e cozinhar. Às vezes surgem algumas paixonites por esportes competitivos, filmes, séries e por aí vai.
Deb: Atualmente a música toma conta de muita coisa na minha vida por trabalhar com áudio também. Mas sou apaixonada pelos meus cachorros e vídeos de animais.
TC: Pizza
Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
Deb:Vantagem é trabalhar com algo que pra muitos só é acessível como uma distração.
A desvantagem é quebrar a cabeça pra administrar as outras áreas da vida com o ritmo instável e horários loucos de shows, ensaio...
Como preferem ouvir música? Cd, vinil, k-7, streaming, leitor mp3?
DS: Vinil, porém ouço em mp3
DR: Streaming
Deb: Vinil, mas a vida me obriga a ouvir em streaming pela praticidade.
TC: Streaming
Qual o disco da vossa vida?
DS: Racionais MC's - "Sobrevivendo no Inferno"
Deb: Nirvana – "MTV Unplugged in New York"
TC: City and Colour - "Bring Me Your Love"
Qual o último disco que vos deixou maravilhados?
DS: Kendrick Lamar - "Damn"
DR: Jorja Smith - "Lost ℰ Found"
Deb: Tom Gangue - "Transiente"
TC: Frank Ocean - "Blond"
Qual a vossa mais recente descoberta musical?
DS: Uma banda japonesa chamada Tricot.
DR: Tuyo, uma banda brasileira com uma sonoridade bem diferente das outras coisas que costumo ouvir de música brasileira.
Qual a situação mais embaraçosa que já vos aconteceu num concerto?
DS: Tocar em um lugar fechado que estava cheio de goteiras e tomadas expostas a água pela casa, tinha tudo para dar errado e explodir o planeta Terra. O mais louco é que foi um dos melhores shows, o mais marcante com certeza! Sobrevivemos.
Com que músico/banda gostarias de efectuar um dueto/parceria?
DR: Tuyo, Elza Soares
Em que palco (nacional ou internacional) gostariam um dia de actuar?
DS: Nacional: Rock in Rio; internacional: gravar um ao vivo no Abbey Road
DR: Tocar no Glastonbury e no Rock in Rio.
Deb: Rock in Rio. Por não ser tão voltado pro público alternativo, acho interessante ver a reação de um público tão diverso.
TC: Live no KEXP e SXSW
Qual o melhor concerto a que já assistiram?
DS: At The Drive In e Racionais MC's
DR: Roger Waters e Radiohead
Deb: Roger Waters
TC: Damien Rice e Radiohead
Que artista ou banda gostavam de ver ao vivo e ainda não tiveram oportunidade?
DS: Asian Kung-Fu Generation
DR: Broken Social Scene
Deb: Red Hot Chili Peppers
TC: Dinosaur Jr.
Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de terem nascido) em que gostariam de terem estado presentes?
DS: Nirvana
DR: Nirvana, "At Reading"
Deb: Nirvana, no show do Hollywood Rock que fizeram no Brasil.
TC: Nirvana
Têm algum guilty pleasure musical?
DS: Demi Lovato
DR: RBD
Deb: Hanson, quando eles ainda eram novinhos.
Projectos para o futuro?
DS: Fazer música e construir algo com isso.
Que pergunta gostarias que vos fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta?
Deb: O que poucos perguntam pra gente: “Qual a história por trás da música tal?”
Renderia uma longa conversa, mas deixa pra quando lançar o álbum completo.
Que música de outro artista, gostariam que tivesse sido composta por vocês?
DR: "Fé Cega, Faca Amolada" - Milton Nascimento e Beto Guedes
Deb: Beto Guedes - "Amor de Índio"
TC: "Twilight" - Elliott Smith
Que música gostariam que tocasse no vosso funeral?
DS: Curtis Mayfield - "Move On Up"
Deb: "Lama nas Ruas" - Beth Carvalho
TC: "Acontece" - Cartola
Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.
Como habitual, guardamos o melhor para o fim, assim terminamos ao som dos DEF e do single "Alarmes de Incêndio"...
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