terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Vodafone Mexefest 2014 (Parte II, dia 29 Novembro)


Depois de um sono repousante voltamos cheios de energia e expectativas para o segundo dia deste festival urbano.


Dia 29

20:00- Tiago Iorc, Sociedade de Geografia de Lisboa
O dia começou com uma agradável surpresa, o brasileiro Tiago Iorc, conquistou facilmente o público, para isso recorreu à sua natural e espontânea simpatia. Cantautor folk, apresentou o seu último álbum Zeski e ainda teve tempo para covers de Los Hermanos e Coldplay. Momento alto do concerto aconteceu quando decidiu percorrer a deslumbrante sala de guitarra acústica na mão e cantar a capella, ficamos a aguardar uma próxima visita ao nosso país.



20:40- Adult Jazz, Cinema São Jorge, Sala Manoel de Oliveira
Sala bastante composta, para ver ao vivo, a apresentação do álbum de estreia Gist Is, aclamado pela crítica especializada. Apresentam uma combinação improvável de sons, com vozes despretensiosas  que se constrói e desmorona sucessivamente, mas que surpreendente nos prende e vicia, resultando num concerto que tinha tudo para correr mal, mas que correu muito bem. Para rever num futuro próximo.



21:30- Sharon Van Etten, Coliseu dos Recreios
Recebida com amor e carinho pelos inúmeros fãs, a cantora americana respondeu com simpatia e alguma admiração pelo público ser tão conhecedor da sua música. Concerto competente, voz sem falhas, boa comunicação com o público, no entanto demasiado compenetrada, faltou-lhe alguma improvisação para que o concerto ficasse na nossa retina, cumpriu sem dúvida, mas não deslumbrou.



23:00- Perfume Genius, Cinema São Jorge, Sala Manoel de Oliveira
Fizemos escolhas e abdicamos de tentar ver Cloud Nothings e Palma Violets, que muito queríamos, mas há muito que aguardávamos por uma oportunidade de ver Perfume Genius, um dos concertos mais aguardados pelo ouvido alternativo. Chegamos com antecedência mas não estávamos preparados para a enoooorrrmmmeee fila que aguardava conseguir entrar no São Jorge, quando estávamos quase a desesperar, conseguimos entrar, perdemos a primeira música mas ficamos na primeira fila, e de lá não mais saímos. Vestido a rigor, indumentária preta, verniz e batom vermelho, que segundo o artista havia estreado especialmente nesta noite. Apresentou o seu repertório ora sofrido e introspectivo, sentado acompanhado ao piano, ora intenso e expansivo, por vezes louco, mas é assim que ele é e nós adoramos o concerto. Lotação completamente esgotada e público rendido. Momento alto: "Lookout, Lookout".



00:15- Wild Beasts, Coliseu dos Recreios
Recepção calorosa, público em êxtase, banda afirma que é um dos melhores concertos da tour, de certeza um dos grandes vencedores deste festival, para a maioria do público, mas não para nós. Depois de os termos visto em Paredes de Coura, palco secundário em 2011, este concerto soube a pouco, muito pouco. O melhor que podemos afirmar do concerto é que foi competente, mas só isso, durante grande parte foi monótono e até sonolento. A banda limitou-se a reproduzir as músicas dos álbuns, sem lugar para grandes ou pequenas divagações e improvisações, música atrás de música. Os momentos altos foram quase todos baseados no repertório de Two Dancers, 2009. A maior desilusão do festival, de afirmar que isto é apenas a opinião do ouvido alternativo e é passível como qualquer opinião de contradição.



E chegou ao fim mais um Vodafone Mexefest, festival que faz todo o sentido, no panorama musical nacional. Pontos negativos: mantém-se a dificuldade em entrar em alguns concertos devido à enorme procura, para isso aconselhamos a um maior cuidado na distribuição dos artistas por salas, dois exemplos: ficou provado que Perfume Genius poderia e deveria ter tocado no Coliseu, e Cloud Nothings mereciam uma sala maior e com melhor acústica do que o Ateneu Comercial de Lisboa, outro aspecto negativo é completamente alheio à organização, mas infelizmente estamos numa altura em que existe a moda dos festivais, e assim temos que partilhar concertos, com faladores incomodativos e amantes de "selfies" (nada contra "selfies") desde que não sejam durante os concertos. Pontos positivos: o Coliseu passar a fazer parte das salas que alberga concertos, não se verificou o espectáculo negativo de esperas intermináveis como aconteceu aquando da visita dos Django-Django e dos Alt-J a este festival, a beleza das salas, o ser possível realizar concertos na Igreja São Luís dos Franceses, é indescritível a beleza e a sensação de assistir a um concerto num cenário tão maravilhoso. Por fim é claro que os melhores pontos positivos vão para os belos concertos que assistimos nestes dois dias de festival.

Sem comentários:

Enviar um comentário