domingo, 27 de março de 2016

Reportagem - The Black Mamba ao Vivo no Olga Cadaval

Os Portugueses The Black Mamba, subiram na noite passada ao palco do Centro Cultural Olga Cadaval em Sintra para um concerto em formato acústico, o ouvido alternativo esteve lá e conta-vos tudo. Para este concerto, Pedro Tatanka e Miguel Casais contaram com a presença de alguns convidados, ou melhor de alguns amigos especiais, David Pessoa, Boss AC e Aurea.
Praticamente à hora marcada, enquanto o público, que esgotava mais uma vez o Olga Cadaval, aguardava pelos The Black Mamba, sobe ao palco David Pessoa. Se por algum motivo, houvesse quem tivesse ficado desiludido, essa desilusão rapidamente desapareceu, sozinho acompanhado de guitarra acústica, David apresentou uma pequena amostra do seu mais recente disco Fazer-me à Sorte e rapidamente conquistou os presentes, com o seu pop/rock temperado com muito blues. Destacamos o tema que dá título ao disco, mas foi com o single "Ainda Temos Tempo" que a audiência se mostrou mais efusiva. Enquanto ouvíamos David Pessoa com atenção é impossível não nos relembrarmos de Rui Veloso, como é óbvio isto é para ser entendido com um tom do mais elogioso possível.
Eis, que chega o momento tão aguardado com os The Black Mamba a subirem ao palco, ou melhor, nós é que somos convidados a entrar na "sala de estar" dos The Black Mamba. O palco apresentava retoques vintage, um gira-discos, o chão preenchido com tapetes persa e a iluminação a cargo de quatro candeeiros envolvidos por belíssimos abajures, daqueles que encontrávamos nas casas das nossas avós. O cenário apresentava uma estética cuidada e uma simplicidade que demonstra, não ser necessário grandes artefactos para proporcionar uma grande concerto. Actuando em casa, perante uma enorme grupo de "amigos" os The Black Mamba foram irrepreensíveis, acompanhados por um piano de cauda, um saxofone que nos envolvia no universo do jazz e duas brilhantes backing vocals  o concerto decorreu sempre em toada crescente. Pedro Tatanka é sem dúvida carismático, mas é muito mais que isso, apresenta uma voz única e poderosa recheada de soul, que nos transporta para o pop/ rock, para o blues, e ainda consegue "piscar-o-olho" ao rock'n'roll, sentimos ainda em breves momentos um toque de flamengo. Os The Black Mamba, contam com dois discos editados, um debut homónimo em 2011 e Dirty Little Brother editado em 2014. Como seria de esperar ambos os registos foram revisitados e os sucessos não foram esquecidos como "I'll Meet You There"e "It Ain't You", que foram intercalados com a presença dos convidados/amigos acima citados. O "manda-chuva" Boss AC, um dos pioneiros do hip-hop nacional rapou em "Canção de Mim Mesmo", David Pessoa regressou ao palco para "fazer" de António Zambujo em "Darkest Hour" ao qual se seguiu um dos momentos mais emocionantes da noite, "Homens Assim", música de David Pessoa que conta com a colaboração especial de Pedro Tatanka, com dedicatória especial ao seu pai. Um dos momentos mais aguardados da noite ocorreu quando os pés descalços de Aurea entraram em palco para deliciar os presentes com o enorme sucesso de "Wonder Why". A banda despediu-se emocionada mas regressou para um encore servido com o inédito "Still I am Alive" cantado em uníssono. O final foi apoteótico ao som de "Wild", que contou com a presença em palco de todos os convidados numa autêntica celebração da música portuguesa. Os The Black Mamba estavam a jogar em casa e "incendiaram" mais uma vez o Olga Cadaval, num concerto que ficará na retina de muitos presentes, o ouvido alternativo viu-os pela primeira vez, mas não será com certeza a última.

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