domingo, 20 de novembro de 2016

Conversas d'Ouvido com Pedro Nascente

Estivemos à conversa com o músico brasileiro Pedro Nascente, cantor e compositor que percorre os caminhos do folk rock e do blues. Pedro editou este ano o seu novo EP A Princesa, momento ideal para o ficarmos a conhecer um pouco melhor. Nesta conversa descontraída, falamos de Bob Dylan, Tom Petty, mas também de  Dingo Bells e The Beatles, mas há muito mais para descobrir em mais uma edição de "Conversas d'Ouvido"...


Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Pedro Nascente: A paixão pela música surgiu por volta dos 10 anos de idade, quando comecei a interessar-me pelo piano. Aprendi a tocar piano sozinho, e mais tarde fiz aulas de guitarra/violão. Ouvindo bandas como The Beatles e Queen criei um gosto forte pelo Rock, e mais tarde pelo Folk, ao mergulhar de cabeça em Bob Dylan e Tom Petty.

Como descreves o teu estilo musical?
Gosto de usar o termo Folk Rock para descrever o meu estilo, por tratar-se de um termo abrangente. Mas também produzo Folk Rock Psicadélico e Blues.

Consegues explicar-nos como se desenvolve o teu processo criativo?
Não existe fórmula, componho conforme o que estou sentindo. Às vezes faço músicas em inglês, às vezes componho ao piano, às vezes sem nenhum instrumento. Eu realmente estou sempre compondo, procurando captar algo que me influencie. Fazer música para mim é uma forma de organizar os meus pensamentos e sentimentos, uma maneira de me conectar com as pessoas, então tudo depende de como eu estou me sentindo e quem eu acho que sou no momento de fazer a música.

Editaste este ano o EP “A Princesa”, para quem ainda não ouviu o que podemos esperar?
Quem ainda não ouviu pode esperar um som que ecoa o passado, mas que não deixa de ser atual e relevante. São 5 músicas das quais me orgulho muito, tanto pela qualidade das composições mas também da produção. Um trabalho feito ao longo de 6 meses em quatro estúdios diferentes, no qual eu toquei a maioria dos intrumentos, compus, gravei e editei tudo sozinho.

Para além da música, t que tocasse no vossomavamstiram que tocasse no teusosavas ariasens mais alguma grande paixão?
Sim: a literatura, a poesia, minha namorada e musa Mariana e guitarras Rickenbacker.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
A maior vantagem é ser artista, ver o mundo de forma diferente das massas, ser capaz de traduzir sentimentos em composições e, se tiver sorte, fazer bem a alguém através da música. A maior devantagem, num país como o Brasil, é não ser reconhecido e nem valorizado por isso, na maioria das vezes. É ter que ouvir que "músico é vagabundo" e ter que sonhar em sair do país para poder realizar alguma coisa na vida.

Quais as tuas maiores influências musicais?
The Beatles, Bob Dylan e Tom Petty & the Heartbreakers. Meus três pilares, que sempre me trazem ideias novas mesmo ouvindo inúmeras vezes os mesmos discos.

Como preferes ouvir música? CD, Vinil, K-7, Streaming, leitor mp3?
Prefiro ouvir música em Vinil, pela qualidade, e Streaming, para ficar por dentro do que acontece de novo. Sou aficcionado pelo vinil, o encarte, as fotos, as letras, o tamanho... Tenho uma coleção sempre em expansão de discos de Vinil.

O streaming está a “matar” ou a “salvar” a música?
Salvar, com certeza. O streaming está trazendo de volta a cultura do "pagar para usar", beneficiando os artistas e mudando a cabeça dos consumidores que não se preocupam mais tanto em ter os arquivos (que muitas vezes eram piratas) das músicas.

Qual o disco da tua vida?
Tenho dois: Tom Petty - Wildflowers e The Beatles - Rubber Soul.

Qual o último disco que te deixou maravilhado?
Dingo Bells - Maravilhas da Vida Moderna

O que andas a ouvir de momento/Qual a tua mais recente descoberta musical?
Recentemente tenho absorvido bastante as bandas Ultimate Painting, Wilco e The Shelters. Tenho ouvido bastante Neil Young também, mas esse já é uma paixão antiga.

Qual a situação mais embaraçosa que já te aconteceu num concerto?
Foi no ano passado, esqueci a letra de "Don't Let me Down", dos Beatles, quando o público já cantava junto. A banda parou a música, às gargalhadas. Começamos de novo e deu tudo certo!

Com que músico gostarias de efectuar um dueto/parceria?
Neil Young.

Para quem gostarias de abrir um concerto?
Bob Dylan e/ou Bruce Springsteen.

Em que palco (nacional ou internacional) gostarias um dia de actuar?
The Royal Albert Hall, em Londres.

Qual o melhor concerto a que já assististe?
Paul McCartney em Porto Alegre, 7 de novembro de 2010.

Que artista ou banda gostavas de ver ao vivo e ainda não tiveste oportunidade?
Tom Petty & the Heartbreakers, com toda a certeza.

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostarias de ter estado presente?
Bob Dylan em Manchester, Inglaterra, 17/05/1966. O dia em que um integrante da plateia chamou Bob de "Judas" por este ter "abandonado" a música de protesto. O set list é incrível, também.

Qual o teu guilty pleasure musical?
Gosto de algumas músicas da Beyoncé, por influência da minha namorada.

Projectos para o futuro?
Muitos. Gravei recentemente um álbum inteiro de músicas acústicas, em inglês, e estou trabalhando num disco em português com bastante influência psicadélica. Me aguardem.

Que pergunta gostarias que te fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
Qual o melhor livro que tu já leste? A resposta é "1984", de George Orwell.

Que música gostarias que tocasse no teu funeral?

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.
Eu que agradeço o espaço, de coração!

Terminamos ao som de "Roda Gigante", o primeiro single extraído do EP A Princesa, que se encontra disponível para download gratuito aqui.

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