segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Conversas d'Ouvido com Zuuzaa


Estivemos à conversa com os Zuuzaa, colectivo nacional que percorre os trilhos do blues rock, com influências que vão desde o jazz ao funk. Compostos por Rafael Ribeiro (voz, guitarra), Inês Carvalho (voz), Mariana Matoso (voz), Rafaela Pereira (voz), Matt Seybald (baixo) e Bernardo Jorge (bateria). Editaram este ano o debut Mara, que serviu de mote à nossa entrevista, em mais uma imperdível edição de "Conversas d'Ouvido"...

Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Zuuzaa: Não foi algo espontâneo mas sim algo que foi crescendo dentro de nós ao longo do tempo. A família também desempenhou um papel importante. Crescemos rodeados de um grande interesse pelo mundo da música e isso foi uma grande ajuda.

Como surgiu o nome Zuuzaa?
É uma história interessante mas difícil de explicar por escrito. Podemos dizer que surgiu de uma noite normal, já avançada, com os amigos do costume, cerveja e o inventor do Clip. Porquê o inventor do Clip? Não sabemos. Aliás, nem sabemos quem é o indivíduo. No entanto, naquela noite havia a necessidade extrema de encontrar um nome para esse mesmo indivíduo e surgiu Zuuzaa. Repetimos o “U” e o “A” para dar um enfâse adicional à questão. E depois simplesmente andámos a noite toda a gritar o nome e a tentar arranjar uma história plausível que explicasse como teria o Sr. Zuuzaa inventado o Clip. E a noite foi tão memorável que decidimos elevá-la só mais um bocadinho...

Como descrevem o vosso estilo musical?
É uma mistura de tudo aquilo que ouvimos com bases fortes no Rock e no Blues mas sem descartar Soul, Jazz ou Funk. Procuramos ter um estilo próprio e não descartamos nenhuma vertente musical.

Para quem ainda não ouviu o vosso debut “Mara”, o que podemos esperar?
Achamos que o melhor será mesmo ouvirem. Mas boa energia podem esperar de certeza. Oiçam em pé, a dançar, desliguem-se um pouco do dia a dia, coloquem o volume bem alto e desfrutem se for esse o caso. Ou então, não desfrutem porque podem não gostar e vai ser ok na mesma. Desde que não seja simplesmente mais um CD que põe a tocar acho que podem esperar qualquer coisa.

Conseguem explicar-nos como se desenvolve o vosso processo criativo?
Nada de complexo. Sentamo-nos, pegamos nos nossos instrumentos e começamos a tocar. É um “brainstorming” constante, onde vamos buscar de tudo e onde deixamos que o que vai surgindo nos guie para o que vem a seguir. Paramos quando achamos que um pormenor não resultou e que podemos resolvê-lo na altura. Mas de forma geral tocamos até todos sentirmos que, de facto, encontrámos algo. E depois começamos a “limar”, onde entra já a parte mais técnica de cada um, para chegar à criação final.

Para além da música, t que tocasse no vossomavamstiram que tocasse no teusosavas ariasêm mais alguma grande paixão?
É um grupo bastante diversificado. Dança, teatro, veterinária, surf, volley... são algumas das nossas paixões.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
A maior vantagem é que gostamos daquilo que fazemos e fazemos aquilo de que gostamos. As maiores desvantagens serão provavelmente as noites mal dormidas, refeições mal cozinhadas, o stress constante.

Quais as vossas maiores influências musicais?
Vai ser difícil fazer uma lista de todas. Led Zeppelin, Snarky Puppy, Jimi Hendrix, Dave Mathews Band, Pink Floyd, Jack White... Qualquer lista será muito redutora quando comparada com todas as nossas influências.

Como preferem ouvir música? CD, Vinil, K-7, Streaming, leitor mp3?
Ao vivo.

O streaming está a “matar” ou a “salvar” a música?
É uma questão complexa e achamos que não pode ser reduzida entre salvar e matar até porque não se pode matar a música. O negócio do ramo musical pode estar bastante diferente daquilo que era há alguns atrás, mas a diferença não tem de ser propriamente má nem boa. Simplesmente diferente. E cabe aos músicos de hoje em dia perceberem a evolução das coisas e qual o melhor caminho a seguir. É verdade que um CD ou um Vinil não têm o mesmo peso que tinham do ponto de vista da rentabilidade, mas também é verdade que é mais fácil hoje em dia dar a conhecer a nossa música. É mais fácil nos dias de hoje, para qualquer pessoa, escrever uma canção, colocá-la online e deixar o público decidir se gosta ou não. As ilegalidades vão sempre existir, e apesar das tecnologias facilitarem muito o processo, fazendo com que qualquer pessoa hoje em dia coopere e seja complacente com questões de pirataria e de desinteresse pelos direitos do autor, não devemos atribuir a culpa a essas mesmas tecnologias. Parte de cada um de nós, dar valor àquilo que os artistas nas mais diferentes áreas fazem, e respeitar o seu trabalho. Haveremos sempre de encontrar quem defenda certa política e quem condene a mesma. O importante é estabelecer o nosso objectivo, e fazer o que for preciso para o conseguirmos alcançar. A dificuldade do caminho não deve ser relevante quando estamos a falar do nosso sonho.

Qual o disco da vossa vida?
“Chansons Gaillardes” – Colette Renard

Qual o último disco que vos deixou maravilhados?
"Animals as Leaders" – Animals as Leaders

O que andam a ouvir de momento/Qual a vossa mais recente descoberta musical?
Recente descoberta não sabemos dizer, mas andamos a revisitar muitas coisas. Prodigy, Smashing Pumpkins... até Hans Zimmer.

Qual a situação mais embaraçosa que já vos aconteceu num concerto?
Instrumentos não funcionarem de todo.

Com que músico gostariam de efectuar um dueto/parceria?
Rolling Stones.

Para quem gostariam de abrir um concerto?
Foo Fighters.

Em que palco (nacional ou internacional) gostariam um dia de actuar?
Sem dúvida o Glastonbury Festival. Naqueles dias em que está mesmo “ao barrote”.

Qual o melhor concerto a que já assistiram?
O “The Wall“ do Roger Waters.

Que artista ou banda gostavam de ver ao vivo e ainda não tiveram oportunidade?
Dave Mathews Band!!

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de terem nascido) em que gostariam de ter estado presentes?
Woodstock 1969!!

Qual o vosso guilty pleasure musical?
Achamos que na música não existe a parte do “guilty”. Só mesmo “pleasure”, independentemente do estilo.

Projectos para o futuro?
Mais Zuuzaa. Mais concertos e mais álbuns!

Que pergunta gostariam que vos fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
Gostariam de actuar aqui? Sim!!!

Que música gostariam que tocasse no vosso funeral?
Começar com a música inicial do Rei Leão e passar imediatamente para a Marcha Imperial.

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.
(Muito obrigado da nossa parte!!! – ZUUZAA)

Terminamos ao som do mais recente single  "Blind By Choice" extraído de Mara.

Sem comentários:

Enviar um comentário