A banda paulista Netvno, reveste-se de influências que vão desde o pop, ao rock, passando pelo jazz e pela música popular brasileira. Os Netvno são: Diego Morais (guitarra), Fred Negrini (guitarra), Murilo Gonçalves (baterista), Bruno Castro (baixo) e Aglaia (voz). Preparam-se para editar o EP de estreia Primeira Estação, momento ideal para "viajarmos" até ao Brasil, para os conhecermos melhor, em mais uma edição das "Conversas d'Ouvido"...
Como surgiu a paixão pela música?
Como surgiu a paixão pela música?
Aglaia: Minha casa foi sempre muito cheia de música. Minha mãe, quando não estava trabalhando, gostava de fazer tudo dançando enquanto escutava rádio. Eu comecei a gostar de cantar pequenininha, mais por influência dela, depois que meus pais arranjaram um karaoke lá pra casa. Como eu sempre fui muito tímida, minha cantoria ficava restrita ao chuveiro e ao karaoke das festas de família.
Como surgiu o nome Netvno?
Diego Morais: Da curiosidade que eu e Fred temos pela astrologia, surgiu o nome Netvno, planeta de forte presença no mapa natal de ambos, e de simbologia que muito flerta com a música e a espiritualidade. A opção pela grafia com V vem de uma memória afetiva de minha infância. Quando criança, eu colecionava moedas e eventualmente me mudei para Portugal. Me surpreendia ao ver que nas moedas portuguesas, a palavra ESCVDO era grafada com o V. Só mais tarde descobri que isto era motivado por qualquer herança latina. De todo modo, aquilo me divertia e isso acabou colorindo um pouco o nome da banda.
Como gostam de descrever o vosso estilo musical?
Diego Morais: "Nova MPB" é o termo que hoje existe no mercado que penso que se encaixa melhor com a nossa música, ainda que seja um tanto quanto vago. Para além disso, cada um de nós contribui bastante com as influências pessoais.
Preparam-se para editar o vosso EP de estreia “Primeira Estação”, o que podemos esperar?
Diego Morais: Na verdade tudo começou com a oportunidade que tivemos de participar da estreia das Tabla Sessions, uma série de live sessions a serem promovidas pela Combo Music. Como ficamos bastante contentes com o resultado final, resolvemos fazer deste material o nosso EP de estreia da Netvno, e nomeá-lo "Primeira Estação".
Para além da música, tens mais alguma grande paixão?
Aglaia: Eu sou apaixonada por ciência, principalmente na área de biotecnologia. Tanto que estudo essa área na faculdade. Na verdade eu comecei a cantar com mais frequência depois que entrei na faculdade, quando tocar violão e cantar era minha maneira de relaxar entre os trabalhos e provas.
Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
Fred Negrini: A maior vantagem, na minha visão, é poder se expressar e transbordar através do ato musical, de poder mostrar as concretizações da sua criatividade em forma de uma linguagem que atinge o ser humano em seu âmago. A desvantagem provém da desvalorização que é dada à atividade de músico, além de todos os obstáculos que devemos cruzar para ter visiblidade e a possibilidade de vivermos de nossa produção artística.
Quais as vossas maiores influências musicais?
Diego Morais: Cada um de nós carrega uma bagagem musical bastante diferente, e isso influencia muito a música que criamos. Assim, é evidente que ela traga algumas cores do pop, do jazz, da MPB, do rock...
Como preferes ouvir música? CD, Vinil, K-7, Streaming, leitor mp3?
Aglaia: Eu escuto muito por Streaming, principalmente pelo spotify. A qualidade é muito boa e sem dúvida é a maneira mais rápida e acessível de escutar música nos dias de hoje.
O streaming está a “matar” ou a “salvar” a música?
Diego Morais: É sabido que toda tecnologia que vem a alterar bruscamente a maneira como se consome música é acompanhada deste fantasma. Aconteceu com os piano rolls, com o rádio, com a TV, etc., e naturalmente acontece hoje com o Streaming. Logo, acredito que ele não salva e nem mata a música; apenas transforma a maneira como a consumimos.
Qual o disco da vossa vida?
Fred Negrini: Dave Brubeck Quartet - "Time Out"
Diego Morais: Hoje, eu diria que é o "Terra dos Pássaros", de Toninho Horta. Mas mudamos tanto ao longo da vida...
Qual o último disco que te deixou maravilhado?
Fred Negrini: Hiatus Kayote – Choose your Weapon e Anoushka Shankar – Land of Gold
O que andas a ouvir de momento/Qual a tua mais recente descoberta musical?
Diego Morais: "Ouro Negro", um disco com composições do Moacir Santos que o Bruno me apresentou.
Para quem gostariam de abrir um concerto?
Fred Negrini: Liniker e os Caramelows, Hiatus Kaiyote.
Em que palco (nacional ou internacional) gostarias um dia de actuar?
Diego Morais: Sem dúvida é uma vontade imensa minha realizar um concerto em Portugal, país em que vive a minha família. Tenho um carinho imenso por este lugar, e sempre tenho vontade de voltar.
Que artista ou banda gostavas de ver ao vivo e ainda não tiveste oportunidade?
Diego Morais: Snarky Puppy, Gilberto Gil, Hiatus Kaiyote...
Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostarias de tere estado presente?
Fred Negrini: O festival de Woodstock.
Qual o teu guilty pleasure musical?
Aglaia: Matheus e Kauan.
Projectos para o futuro?
Diego Morais: Gravação de um álbum completo? Digressão brasileira e então europeia? Seria excelente, mas do futuro nada sei.
Que música gostarias que tocasse no teu funeral?
Fred Negrini: "Stairway to heaven".
Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.
Terminamos com habitualmente ao som dos nossos convidados, neste caso apresentamos o single "Janeiro".
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