Entrevista com o Cavalheiro, Tiago Ferreira, cantor e compositor portuense, criado em Santo Tirso e "exilado" em Braga. A sua sonoridade reveste-se de uma sensualidade vintage que nos apaixona, vagueando entre o preto e o branco Cavalheiro pinta-se em tons de cinzento e quem diria que o cinzento pode ser tão belo. Relembrando-nos nomes como JP Simões e Armando Teixeira, este Cavalheiro merece ser ouvido e descoberto. Podem começar por conhecê-lo um pouco melhor nesta edição das "Conversas d'Ouvido"...
Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Cavalheiro: Com uma prima minha a emprestar-me uma K7 dos New Kids on the Block, devia ter uns 7 ou 8 anos e achei aquilo formidável.
Como surgiu o nome Cavalheiro, és mesmo um gentleman?
De forma alguma, gosto de pensar em Cavalheiro mais como uma piada do que como um título.
Preparas-te para editar no início do próximo ano o teu novo disco, “Falsa Fé”, já podes antecipar o que podemos esperar?
Vai ser um disco curto de 8 canções, sobre o que é isto de se chegar à idade adulta e quase tudo ser uma fraude. Quando era pequeno venderam-me uma idade adulta muito mais interessante do que esta, tendo eu vivido numa falsa fé até agora. É sobre isso.
O single de apresentação “Bundy”, reporta-se a Ted Bundy, alguma vez imaginaste que a inspiração poderia surgir de algo tão obscuro?
Tenho um fascínio por assassinos em série e o Ted Bundy é particularmente interessante. O tema nem sequer é particularmente obscuro, é sobre estar desconfortável num sítio qualquer e esconder isso atrás de uma cara qualquer.
Queres apresentar-nos os músicos que te acompanham nesta caminhada?
João Filipe na bateria, João Oliveira na guitarra, Ricardo Cibrão no baixo e João Coutada nos teclados.
Como gostas de descrever o teu estilo musical?
Não gosto.
Para além da música, tens mais alguma grande paixão?
Futebol Clube do Porto e Cozinha Tradicional Portuguesa.
Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
Desvantagem é que a maior parte do tempo se está à espera de alguma coisa ou de alguém. A vantagem é que se pode tocar música alto, que parecendo uma banalidade, é muito agradável.
Quais as tuas maiores influências musicais?
Ouvir o meu pai a assobiar o "Mexico Lindo y Querido" do Jorge Negrete.
Como preferes ouvir música? Cd, vinil, k-7, streaming, leitor mp3?
Música é ar em movimento, de onde vem interessa-me muito pouco.
Qual o disco da tua vida?
Neste momento, Forever Changes dos Love.
Qual o último disco que te deixou maravilhado?
O Country Life dos Roxy Music
O que andas a ouvir de momento/Qual a tua mais recente descoberta musical?
Duane Eddy
Qual a situação mais embaraçosa que já te aconteceu num concerto?
Considero a minha presença em palcos como um acto contínuo de embaraço constante.
Com que músico/banda gostarias de efectuar um dueto/parceria?
Dean Martin
Para quem gostarias de abrir um concerto?
Julio Iglesias
Em que palco (nacional ou internacional) gostarias um dia de actuar?
Teatro Valadares em Caminha
Qual o melhor concerto a que já assististe?
Uma vez que vi Yo La Tengo e The Jon Spencer Blues Explosion numa praia em Gaia.
Que artista ou banda gostavas de ver ao vivo e ainda não tiveste oportunidade?
Tom Waits
Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostarias de ter estado presente?
No de Nickelback no Ermal.
Tens algum guilty pleasure musical?
Só acredito no prazer sem culpa.
Projectos para o futuro?
Para este ano, que o Porto seja Campeão, depois vamos vendo.
Que pergunta gostarias que te fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
Qual a melhor forma de comer lampreia? À Bordalesa.
Que música de outro artista, gostarias que tivesse sido composta por ti?
"One" do Harry Nilsson.
Que música gostarias que tocasse no teu funeral?
"Whatever Gets You Through the Night" do Jonh Lennon.
Antes de terminarmos, apresentamos o intenso vídeo do mais recente single "Bundy". Podem ouvir e efectuar download da restante discografia, de Cavalheiro na sua página oficial de bandcamp.
Sem comentários:
Enviar um comentário