segunda-feira, 6 de junho de 2016

Conversas d'Ouvido com TT Syndicate


Estivemos à conversa com os TT Syndicate, pela voz do vocalista Pedro Serra. Formados em 2012, contam com sete músicos de larga experiência em projectos como por exemplo: 49 Special, Os Tornados, Thee Chargers e The Mean Devils. Os TT Syndicate são: Pedro Serra (voz), Nuno Gomez (bateria), Nuno Riviera (guitarra), Manuel Oliveira (baixo), Hugo Lopes (saxofone tenor), Joel Rocha (saxofone barítono) e Bruno Rocha (trompete). Apresentam-nos uma sonoridade fortemente influenciada pelo som dos anos 60, resultando numa "mistura explosiva" de Rhythm and Blues, Soul e Rock'n'roll. Pedro Serra teve a sorte de ver ao vivo o malogrado Carl Perkins, recomendou-nos o último disco de Pokey LaFarge e gostaria de um dia fazer um dueto com Sharon Jones, mas há muito mais para descobrir nesta nova edição de "Conversas d'Ouvido"...

Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Pedro Serra: No meu caso particular, desde muito novo. Aos 5 anos de idade já estudava música e acordeão. A música despoleta sentimentos diferentes em todas as pessoas, mas nalgumas, como o meu caso, torna-se um bem essencial.

Como surgiu o nome TT Syndicate?
Fui o último elemento a integrar a banda e na altura ainda se procurava um nome. Na altura sugeri TT Syndicate e todos eles gostaram. Simplesmente pensei em homenagearmos aquele segmento dos Rhythm & Blues denominado Tittyshakers. A banda não é propriamente um combo também, já que somos 7, por isso juntei-lhe o “sindicato”.

Para além da música, tens mais alguma grande paixão?
Na minha vida, as minhas paixões estão relacionadas com a música. Além de interpretar e escrever música, coleciono vinil, preferencialmente singles de 45 rotações. Faço ainda dee-jay sets com alguma regularidade e, adoraria ter um programa de rádio dedicado a toda a roots music americana.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
No meu caso particular, uma vez que tive a oportunidade de visitar 3 continentes para atuar, é a possibilidade de conhecer outros países, as suas culturas e “ gentes”. Desvantagens há inúmeras, desde a falta de tempo para a família, à incerteza de estabilidade financeira a longo prazo, etc.

Quais as vossas maiores influências musicais?
Numa banda com 7 elementos, é fantástico partilharmos as influências de cada um na hora da composição e arranjos. Mas, como somos uma banda assumidamente de Rhythm and Blues, Soul e 60’s Beat, estas últimas são as nossas grandes influências.

Como preferes ouvir música? CD, Vinil, K-7, Streaming, leitor mp3?
Sempre que possível em vinil.

O streaming está a “matar” ou a “salvar” a música?
O streaming é o fruto da evolução tecnológica e está, no meu parecer, apenas a forçar a implementação de novas estratégias na indústria discográfica. A nível promocional tem o seu caráter benéfico.

Qual o disco da tua vida?
O primeiro single de Elvis Presley: Sun Records #209, "That's All Right / Blue Moon of Kentucky".

Qual o último disco que te deixou maravilhado?
É um disco de rockabilly de 1993: “On the Go” de Big Sandy and the Fly-Rite Trio.

O que andas a ouvir de momento/Qual a tua mais recente descoberta musical?
Ouço de tudo um pouco sempre, mas sempre ligado às minhas influências, designadamente Rock’n’Roll/Rockabilly, Rhythm and Blues, Nothern Soul, Country, Jazz, Exotica, Surf, etc. Não é uma descoberta musical muito recente, mas aquela que mais me fascinou, Pokey LaFarge. Recomendo o seu último álbum “Something in  the Water”.

Qual a situação mais embaraçosa que já te aconteceu num concerto?
Felizmente, ainda não passamos por uma situação deveras embaraçosa. Há sempre alguns contratempos técnicos que tornam este ou aquele concerto um pouco mais difíceis e que deixam no ar algum embaraço.

Com que músico gostarias de efectuar um dueto/parceria?
Sharon Jones.

Para quem gostarias de abrir um concerto?
Sem sombra de dúvida, Ray Charles, se ainda estivesse vivo.

Em que palco (nacional ou internacional) gostarias um dia de actuar?
Tenho vivido sempre com os pés bem assentes na terra e consciente das dificuldades inerentes à execução de estilos musicais que não têm a mesma exposição e notoriedade de outrora. Contudo, os Coliseus nacionais são definitivamente, palcos que gostaria de pisar um dia.
  
Qual o melhor concerto a que já assististe?
Pergunta difícil, mas para enumerar um, Carl Perkins em Madrid, em Março de 1996.

Que artista ou banda gostavas de ver ao vivo e ainda não tiveste oportunidade?
No meu caso, aqueles que não vou poder nunca: Elvis Presley, Ike Turner, Eddie Cochran, Freddy King, Little Willie John, Johnny "Guitar" Watson, Buddy Holly, entre outros.

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostavas de ter estado presente?
Johnny Cash na prisão de San Quentin!

Qual o teu guilty pleasure musical?
Eu não tenho nenhum em particular, mas enumero o do nosso baterista, que é o fado.

Projectos para o futuro?
Estamos presentemente a terminar a gravação do nosso primeiro álbum de originais, que será antecedido de um single. Estes dois trabalhos sairão pela Editora Alemã Migraine Records com que trabalhamos presentemente, a qual editou os nossos 3 singles anteriores. Ambos trabalhos serão posteriormente, com músicas de bónus, integrados também em CD a ser lançado por uma editora Espanhola Sleazy Records. A editora Portuguesa Dinamite lançará igualmente um single que conta com a participação da Marta Ren.
Esperamos que estes lançamentos nos levem a voos mais altos, a nível internacional, mas também se possível a nível nacional.

Próximos concertos?
Este mês de Junho tocaremos num festival na Bélgica e faremos mais 3 datas em Espanha, nas quais se inclui o Festival Black is Back, onde partilharemos o palco com Charles Bradley, James Hunter Six e Sister Cookie.

Que música gostarias que tocasse no teu funeral?
No meu caso, ou alguma música nossa que tivesse alcançado grande sucesso, ou em alternativa, "Rockin' My Life Away" do Jerry Lee Lewis.

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.
Enquanto aguardamos a edição do primeiro LP dos TT Syndicate, ficamos ao som de "Abu Dhabi Twist".

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