segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Conversas d'Ouvido com Lyria

Entrevista com a banda brasileira de metal sinfónico Lyria, pela voz da vocalista (meio-soprano) Aline Happ. Quarteto composto ainda por Thiago Zig (baixo), Rod Wolf (guitarra) e Thiago Mateu (bateria). Formados em 2012, editaram até ao momento dois álbuns, após duas bem sucedidas campanhas de crowdfunding. 2019 assinala o ano em que se estreiam no Ouvido Alternativo, provenientes directamente do Rio de Janeiro, para se apresentarem em mais um lançamento das "Conversas d'Ouvido"...


Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Aline Happ: Olá, Ouvido Altenativo. Obrigada pela entrevista. Sempre gostei de música e desde pequena assistia aos desenhos da Disney com as Princesas cantando e eu queria cantar também. Mas o que realmente me chamou muito a atenção foi o desenho “A Baleia Cantora”.

Como surgiu o nome Lyria?
Surgiu enquanto estava em uma aula de mitologia grega. Uni o instrumento lira (lyre), a flor Lírio (Lilly) e letras de música (lyrics). Achei que o nome era forte, bonito e ideal para a banda que eu pretendia criar.
Lyria - "Immersion"
O vosso mais recente disco, “Immersion”, foi editado no ano passado, graças novamente, a uma bem sucedida campanha de crowdfunding, esperavam tanto apoio por parte do público?
Após o sucesso da campanha para o “Catharsis”, na qual não sabia realmente o que esperar, a campanha do “Immersion” já trazia mais confiança. Mesmo assim, sempre dá um medo de não conseguir alcançar a meta necessária. Felizmente conseguimos novamente e é muito legal ter nossos fãs participando do álbum, muitos inclusive também participaram do crowdfunding anterior.

A vossa música parece-nos que denota algumas preocupações sociais, neste momento, a nível mundial e num Brasil em fase de mudança, quais as questões que têm merecido o foco da vossa atenção?
Escrevo sempre sobre algo que vi, vivi ou presenciei. Preciso sentir aquilo que escrevo, pois nossa música precisa ter verdade, sentimento. Algumas questões como ansiedade e depressão têm sido bastante abordadas, por exemplo. O foco das nossas músicas é sobre conselhos e superação. Gosto de trazer esperança para as pessoas, mostrar a elas que é possível superar obstáculos e dificuldades e que é possível aprender com nossos erros, problemas e ser feliz.

Quais as vossas maiores influências musicais?
São muitas, desde música celta ao thrash metal, passando pelo pop, rock, metal sinfônico e outros estilos. A banda toda tem diferentes influências que acabam se misturando também.

Como gostas de descrever o vosso estilo musical?
Metal alternativo sinfônico, justamente pela mistura de diversos elementos dentro e fora do metal.

Conheces alguma coisa da música portuguesa?
Sim, o fado é um estilo bastante conhecido. Em termos de artistas, eu citaria principalmente Moonspell e Madredeus. A música “O Pastor” da Madredeus tocava na minissérie “Os Maias”, quando eu era criança. Adoro essa música até hoje!

Para além da música, tens mais alguma grande paixão?
Gosto bastante de tirar e posar para fotos, pois assim compartilho um pouco do meu dia com os fãs. Também gosto de cozinhar, comer (risos) e fazer bijuterias e artesanato.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
A maior vantagem é que você pode conhecer diversos locais e pessoas, e principalmente mudar a vida das pessoas através da sua música. A maior desvantagem é que muitas vezes o músico não é valorizado e as pessoas não encaram como uma profissão.

Como preferes ouvir música? Cd, vinil, k-7, streaming, leitor mp3?
Com a correria do dia-a-dia acabamos ouvindo mais por streaming ou por meio de CDs no carro.
Qual o disco da tua vida?
"Catharsis", pois se não fosse ele, não estaria hoje trabalhando com o que gosto. Mas os álbuns que me fizeram realmente querer ter uma banda de metal foram Linkin Park “Hybrid Theory”, Evanescence “Fallen” e Nightwish “Century Child”.

Qual o último disco que te deixou maravilhada?
Tirando o “Immersion”, o último que fiquei maravilhada foi o “Consign to Oblivion” do Epica. Eu gosto de muitos outros álbuns atuais, como o último do Disturbed (gosto de tudo que eles fazem), mas “maravilhada” acredito que foi este mesmo.

Qual a tua mais recente descoberta musical?
Daughtry e Oonagh, só descobri recentemente, mas adorei.

Qual a situação mais embaraçosa que já vos aconteceu num concerto?
Tem muitas histórias, mas não me recordo de algo muito embaraçoso agora. Talvez tenha sido em um show mais antigo, no qual tivemos problemas com equipamento. Tive que colocar o público para cantar praticamente uma música inteira até que tudo fosse resolvido. Mas no fim, as pessoas adoraram e acho que nem perceberam o problema... (risos).

Com que músico/banda gostariam de efectuar um dueto/parceria?
Muita gente, fica até difícil escolher um só. Vou citar o David Draiman do Disturbed justamente por ter uma voz bastante diferente da minha, mas que acho que funcionaria bem.

Qual o melhor concerto a que já assististe?
Difícil escolher um só! Mas o do Nightwish (“Once”) me marcou bastante, pois conheci parte da banda. 

Que artista ou banda gostavas de ver ao vivo e ainda não tiveste oportunidade?
Lacuna Coil, Disturbed, Metallica e Within Temptation são alguns dentre tantos que poderia citar.

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostarias de ter estado presente?
Pensando bem, nunca fui a um show do Linkin Park. Gostaria de ter assistido ao Chester cantando ao vivo. =/

Tens algum guilty pleasure musical?
Acho que não tenho vergonha de ouvir nada não (risos). Eu ouço bastante coisa diferente, como já citei. Talvez alguns se surpreenderiam com algumas escolhas, como Backstreet Boys, mas para mim é algo normal. 

Projectos para o futuro?
Tentar dominar o mundo, (risos) e continuar ajudando mais e mais pessoas através de nossa música. Uma turnê mundial também está nos planos.

Que música de outro artista, gostarias que tivesse sido composta por ti?
Acho que é uma escolha um tanto diferente: “Parabéns para você”. É uma música adaptada para diferentes línguas e sempre cantada em momentos felizes.

Que música gostarias que tocasse no teu funeral?
Não quero morrer, (risos) não penso nisso.

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.
Obrigada pelo convite. Esperamos encontrá-los pela estrada.

Agora ficamos ao som do mais recente disco dos Lyria, "Immersion", disponível para escuta nas plataformas de streaming...

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