sexta-feira, 19 de abril de 2019

Conversas d'Ouvido com Carmen

Entrevista com Carmen, banda brasileira de indie folk. Trio proveniente do Rio de Janeiro e composto pelos músicos Matheus Costa (voz, guitarra), Lucas Serra (baixo) e João Vitor Alves (bateria). Entre as maiores influências citam os nomes de Frank Ocean e Arctic Monkeys. A amizade que os une cresceu juntamente com a paixão pela música, impulsionados pelo verdadeiro espírito indie (do it yourself), estrearam-se em 2018, com a edição do primeiro álbum. Este ano lançaram o segundo disco "Talk Too Much", para não corrermos o risco de falarmos demasiado, passamos directamente para o que interessa...

Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Matheus (M): Tudo começou quando éramos muito novos. Nós 3 estudamos juntos na mesma escola e já nessa época conversávamos muito sobre a música que gostávamos e a paixão só foi crescendo cada vez mais com o passar dos anos.

Como surgiu o nome Carmen?
João (J): Esse é um segredo que ainda não podemos revelar para o mundo (Risos)!
Carmen - "Talk Too Much"
Editaram este ano o disco “Talk Too Much”, para quem ainda não o ouviu o que podemos esperar?
M: É um disco muito pessoal para nós, tem músicas nele que são literalmente coisas que vivemos: tanto românticas quanto psicológicas. E esse sempre foi nosso objetivo nas músicas: contar a verdade. Não quero estar daqui a 2 anos com as mesmas músicas cantando sobre experiências que não passei.

Quais as vossas maiores influências musicais?
M: Frank Ocean! Para mim é o maior artista que já botou os pés nesse mundo. Ele é minha inspiração tanto nas composições quanto na produção musical.
Lucas (L): Arctic Monkeys, eu me inspiro muito nas linhas de contrabaixo deles.
J: Talvez Arctic Monkeys também! A bateria enérgica das músicas sempre foi minha inspiração desde que eu aprendi a tocar.

Conhecem alguma coisa da música portuguesa?
M: Eu conheço o grupo de rap MGDRV! Eu descobri através de amigos na escola, e em 2015 ou 2016 eu ouvia muito a música deles “Tu Não Tens”.

Para além da música, têm mais alguma grande paixão?
J: Eu gosto muito de Matemática!
M: Definitivamente audiovisual. Eu amo tudo relacionado a vídeo, direção, edição e cada dia que passa eu tento aprender um pouco mais.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
J: Vantagem: Várias experiências únicas, como conhecer pessoas novas e viajar para lugares que você não imaginava que iria. A desvantagem é que infelizmente é muito complicado, ainda mais aqui no Brasil, onde o incentivo para música é quase inexistente. A não ser que você tenha os contatos certos, talvez você nem tire o plano de ser músico do papel.

Como preferem ouvir música? Cd, vinil, k-7, streaming, leitor mp3?
M: Se tivéssemos como, ouviríamos tudo em vinil! Mas todos concordamos que streaming é a forma mais prática hoje em dia: dá para levar sua música a qualquer lugar, na hora que você quiser ouvir.
Qual o disco da vossa vida?
L: "Whatever People Say I Am, That’s What I Am Not", do Arctic Monkeys.
M: "Blond", do Frank Ocean.
J: "Wiped Out!", do The Neighbourhood.

Qual o último disco que vos deixou maravilhados?
L: "Nothing Happens" – Wallows. Do começo ao fim, esse disco é perfeito. Para mim, Wallows vai ser a próxima grande banda indie internacional.
M: "Ladrão" - Djonga. Ele é um rapper aqui do Brasil que eu admiro muito e espero que ele alcance todo o sucesso que merece!
J: "Apricot Princess" – Rex Orange County. Esse foi o último disco que me fez parar e realmente ouvir a mensagem que o artista queria passar. A produção é incrível e as letras são maravilhosas.

Qual a vossa mais recente descoberta musical?
M: Still Woozy! Descobrimos ele através da recomendação do YouTube e não paramos de ouvir! Toca em todas nossas viagens de carro enquanto estamos em turnê.

Qual a situação mais embaraçosa que já vos aconteceu num concerto?
L: Em um de nossos últimos shows, eu fui abrir uma garrafa de água no intervalo entre duas músicas. A garrafa era de água com gás e no momento que eu abri, estourou toda em cima de mim! A plateia toda começou a rir e eu levei na brincadeira também (risos).

Com que músico/banda gostariam de efectuar um dueto/parceria?
M: Um músico chamado Joji. Ele faz umas músicas muito doces e a energia que elas passam combina muito com nossa música. Acho que seria uma parceria mais que justa!

Qual o melhor concerto a que já assistiram?
L: Arcade Fire no Lollapalooza 2014.
M: The 1975 quando eles vieram ao Brasil em 2017.

Que artista ou banda gostavam de ver ao vivo e ainda não tiveram oportunidade?
J: Rex Orange County! Sem pensar duas vezes.
Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de terem nascido) em que gostariam de terem estado presentes?
L: Talvez o do Nirvana quando eles tocaram no festival Reading em 1992, eu assisto esse show pela internet querendo estar lá! Nirvana foi uma das bandas que me inspirou a aprender baixo.

Têm algum guilty pleasure musical?
M: Eu realmente escuto a trilha sonora do filme “High School Musical”, tem músicas incríveis ali e o mundo deixou uma obra-prima dessas passar!

Projectos para o futuro?
M: Vamos ainda lançar alguns clipes em 2019, terminar a turnê do álbum e quem sabe está vindo um single para a segunda metade do ano...

Que pergunta gostariam que vos fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta?
M: Gostaríamos de ser chamados para trabalhar com alguma marca de roupa, participando de alguma campanha. Nós amamos moda. A resposta com certeza seria sim (risos).

Que música de outro artista, gostariam que tivesse sido composta por vocês?
M: Gus Dapperton – "Gum, Toe and Sole"

Que música gostariam que tocasse no vosso funeral?
J: "R.I.P. To My Youth" – The Neighbourhood

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.

Terminamos com o single que dá título ao segundo disco dos Carmen "Talk Too Much"...

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